Nuno Pacheco apresenta livro sobre AO90

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«A Guerra e Paz Editores e Bertrand convidam para a sessão de lançamento de «O Acordo Ortográfico de 1990 Não Está em Vigor», do Embaixador Carlos Fernandes, que se realiza a 7 de Abril, às 18h30, na Bertrand do Picoas Plaza, em Lisboa. Com apresentação de Nuno Pacheco
[Convite na página de evento da editora no Facebook. Acrescentei “links”.]

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logobadge1aUma nota pessoal

Já aqui expressei por diversas vezes a minha opinião sobre esta temática: não concordo com a “tese” e expus os meus motivos — sob diversos prismas — quanto a essa discordância.

O que não obsta, ainda assim, a que divulgue também esta apresentação do livro em causa: ao fim e ao cabo, trata-se de mais um evento contra o AO90, o que só por si já é bastante positivo, e quanto ao resto, bom, como é evidente, caberá a cada qual pensar pela sua própria cabeça e tirar as suas próprias conclusões.

Revisão não, revogação! [por Graça Maciel Costa] 2

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De Graça Maciel Costa, novo desenho com os protagonistas Pim e Pam da série “revisão do AO não, REVOGAÇÃO!”

“O Pedro Correia” que Pim refere publicou em 2013 um livro com o título “Vogais e consoantes politicamente incorrectas”.

Quanto ao “outro” de que agora fala o Pim, não sei ao certo quem será mas posso perfeitamente ser eu mesmo, já que não me canso de repetir, com aquelas ou com outras palavras, que a revisão do AO90 é um absurdo total.

Literatura, concursos, prémios, direitos de autor e AO90

“Pingo Doce” é marca comercial de uma empresa privada; as empresas privadas não são (evidentemente) abrangidas pela RCM 8/2011, a qual determina «que, a partir de 1 de Janeiro de 2012, o Governo e todos os serviços, organismos e entidades sujeitos aos poderes de direcção, superintendência e tutela do Governo aplicam a grafia do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa».

Logo, o “Pingo Doce” não tinha nada que incluir nem aquela “pergunta frequente” nem a respectiva resposta no regulamento do concurso literário que lançou. Claro que «não é obrigatório que o texto apresentado esteja escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico». Era só o que faltava!

Mais: ainda que um concurso deste género seja promovido por uma empresa pública ou até mesmo por uma entidade ou organismo do Estado, em qualquer dos casos os direitos de autor sobrepõem-se sempre a quaisquer determinações ou regulamentos que com eles colidam ou de alguma forma interfiram. Salvo, é claro, se no respectivo regulamento estiver prevista uma qualquer cláusula de salvaguarda atinente, já que cada regulamento de concurso ou prémio literário é elaborado segundo critérios discricionários dos respectivos promotores.

Nunca será demais repetir, citando a formulação do próprio Código dos Direitos de Autor, que «o autor goza durante toda a vida do direito de assegurar a genuinidade e integridade da sua obra, opondo-se à sua destruição, a toda e qualquer mutilação, deformação ou outra modificação da mesma, e, de um modo geral, a todo e qualquer acto que a desvirtue».

 

premioPingoDoce_1«Prémio Literatura Infantil Pingo Doce 2016»
«Regulamento»

«O Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce procura incentivar a criatividade literária, premiando obras originais, de autores sem livros publicados, que estimulem nas crianças o gosto pela leitura.

Este Prémio surge como corolário do trabalho na área dos livros desenvolvido pela Companhia Pingo Doce, em especial na categoria infanto-juvenil, sendo que, nos últimos 7 anos, foram lançados mais de duzentos títulos de livros com a marca Pingo Doce.

É sabido que os hábitos de leitura que se criam na infância não mais se perdem ao longo da vida, e que a leitura é um pilar fundamental do desenvolvimento intelectual, emocional e cultural.

O Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce procura constituir um contributo relevante para alcançar esses objectivos, de pais, educadores e sociedade portuguesa em geral, de uma forma inédita e sem precedentes, ao premiar, numa só obra, o melhor texto e a melhor ilustração. Ao mesmo tempo, pretende estimular a emergência de novos talentos nas áreas da literatura e do design gráfico e ilustração em Portugal.»

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premioPingoDoce_2«Tenho que participar com um texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico (Acordo Ortográfico de 1990)?

Não é obrigatório que o texto apresentado esteja escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.»

“Efeito desfavorável” é fraquinho, “cântico bacoco” está bem

ionline_logoUm Ministro sem expressão, uma CPLP que merece afirmação

28/03/2016
Gonçalo R. Telles

O actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, que gostava muito de “malhar na direita”, parece hoje, incapaz, de seguir um novo rumo na defesa dos interesses nacionais no seio da CPLP.

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Defender em grande escala os interesses nacionais aqui é também procurar um futuro sério e útil para a organização. No seu artigo publicado no Expresso deste fim-de-semana, carregado de lugares comuns (que tanto fazem sentido ao dia de hoje como há vinte anos atrás) faltou também uma explicação mais ou menos legítima em relação ao que interessava, não se tendo vislumbrado qualquer desenvolvimento ou afirmação de ideias para o futuro. Perante este artigo, só os mais distraídos se poderão manter esperançosos em relação ao salto que a organização deveria dar e ao papel que Portugal deveria assumir para que isso acontecesse.

Perdida a oportunidade de Portugal nomear um secretário executivo nacional, conforme lhe cabia em razão do sistema de rotatividade, diz o Sr. Ministro que é “uma regra de ouro da CPLP” um país africano ocupar sempre cargos de coordenação. Não só é tosca a explicação, como também nos conduz para outras, aí sim, “regras de ouro” quebradas recentemente. Na constante enfatização da “cooperação para a promoção da língua”, nem uma palavra em relação ao estado actual do acordo ortográfico – levado a cabo por alguns, esquecido por outros, e cujo efeito desfavorável para Portugal, mereceria esforços conjuntos na procura de um novo paradigma. Mas o Sr. Ministro, que afirma o país como um entre iguais sem querer – ser mais nem menos – ignora várias outras realidades, nomeadamente as que deitam por terra todo este seu cântico bacoco à promoção da língua e à igualdade de forças entre estados-membros. A entrada da Guiné Equatorial (contra a vontade e ganho económico português) foi um entre vários dos desenlaces que coloca isso a nu.

Perdida muita da sua força política, é preciso perceber o que é recuperável e desenvolver uma organização económica que sirva um maior interesse generalizado e regional.

O potencial sempre foi e será muito. Sabemos hoje que as relações entre os países são quase todas a nível bilateral e não multilateral, sem um carácter global através da organização, com grande excepção da – Confederação Empresarial -, que perdida a tal afirmação política, poderia servir como motor para outros desenvolvimentos.

Quando se manifesta o interesse em projectos conjuntos ligados ao mar, educação, turismo e energia, interessará também financiá-los através de um banco de desenvolvimento. Não é nova a ideia e se existem instituições financeiras ligadas à CPLP que dão sinais de o pretenderem, serão igualmente muitas as empresas agradecidas na sua internacionalização para estes países através de uma entidade deste cariz.

A CPLP – por quem Portugal sempre se interessou bastante mais do que, por exemplo, Angola ou o Brasil, vai fazer vinte anos. Se encontramos um banco de desenvolvimento como âncora em todas as outras organizações multilaterais para fortalecê-las tanto política como economicamente, não será esta uma boa solução para uma organização cuja irrelevância é cada vez maior?

Uma coisa é certa: ignorar o que falhou, fazer o discurso de somos todos iguais sem puxar por determinados estados-membros, virar o disco e tocar o mesmo como se nada se tivesse passado nos últimos vinte anos, é matá-la de vez tanto política como economicamente. Pede-se mais a um Ministro, que deverá ter a CPLP como “dossiê” principal nos próximos anos e a quem não basta hoje, “malhar.”

[Jornal “i”, 28.03.16. Acrescentei destaques e “links”.]

«Los brasileños y los portugueses no se entienden» [Jorge Edwards (escritor chileno)]

ElTiempo

 

Primeiro em Francês, depois em Inglês e agora também em Espanhol: tanto la Réforme de l’orthographe du portugais como the Portuguese spelling reform ou la reforma ortográfica de la lengua portuguesa, para um nativo de qualquer Língua que não o Português o AO90 não passa de uma inacreditável parvoíce. Ou seja, quando um estrangeiro se debruça sobre a incrível invenção de Malaca, Bechara y sus muchachos, o factor comum a todas essas análises é a mesma profunda estranheza pela bizarria, o mesmo horror pelo absurdo da coisa. Por vezes nota-se até que os autores, sejam eles americanos, ingleses, australianos, franceses, espanhóis ou chilenos, como é agora o caso, mal conseguem conter o riso (de escárnio, evidentemente) sempre que se referem ao “português universal” preconizado pelos tristes tigres de papel que semelhante aborto pariram.

Nesta entrevista, do passado dia 19 de Março, o escritor chileno Jorge Edwards denuncia com simplicidade “gráfica” o ridículo do “acordo ortográfico” malaco-bechariano, por um lado, e por outro lado demonstra que a Língua espanhola, ao contrário da nossa, está protegida pela unidade que resulta da diferença — sem delírios “universalistas” ou derivas neo-colonialistas.

‘No existe el buen español’: Jorge Edwards, en Congreso de la Lengua

El escritor habló sobre el presente de nuestro idioma y de su fortaleza con vistas al futuro.

Por: MAURICIO SILVA GUZMÁN |
6:59 a.m. | 19 de marzo de 2016

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Jorge Edwards acaba de lanzar su más reciente novela, ‘La última hermana’ (Acantilado, 2016), es miembro de número de la Academia Chilena de la Lengua y, en San Juan de Puerto Rico, fue uno de los intelectuales encargados de inaugurar el VII Congreso Internacional de la Lengua Española (CILE), poco antes de que Felipe VI, actual Rey de España, leyera el texto oficial de la apertura.

El escritor chileno de 85 años es reconocido por obras como ‘El peso de la noche’ (1965), ‘Los convidados de piedra’ (1978), ‘La mujer imaginaria’ (1985) y ‘El origen del mundo’ (1996). Además, ganó el Premio Cervantes en 1999, el Premio Planeta en 2008 (entre otros varios galardones) y ha sido columnista de diferentes diarios como Le Monde de Francia, el Corriere della Sera de Italia, La Nación de Argentina y La Segunda de Chile.

Edwards habló con El TIEMPO del presente de nuestro idioma, de su unidad en Iberoamérica y de su fortaleza de cara al futuro.

Edwards, invitado especial de CILE 2016 -que en esta ocasión escogió como tema: “la lengua española y su creatividad”-, se declaró, además, un profundo optimista del mundo cultural de nuestra lengua española.

Dijo en su discurso de apertura en el VII Congreso Internacional de la Lengua Española, aquí en San Juan de Puerto Rico, que ve con mucho optimismo la evolución de la lengua española. ¿A qué se refiere puntualmente?

La veo con optimismo porque es una lengua muy fuerte ya que, en el fondo, en su unidad, es mayor que ninguna otra. Y lo digo porque, vea usted por ejemplo, los brasileños y los portugueses no se entienden, tienen problemas de comunicación y tienen que hacer traducciones separadas; y los ingleses y los estadounidenses, digamos que igual. Nosotros, en efecto, tenemos una lengua con matices, pero la gente tiene una buena voluntad y los entienden. Así que es una gran posibilidad para la lengua, porque América Latina, a mí me parece, en el fondo, va un poco mejor.

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