Um “post” com bolinha vermelha no canto

AVISO: a linguagem contida neste “post”
pode ferir a susceptibilidade dos leitores
mais sensíveis (ou lá o que é)

Dunning-Kruger effect, in psychology, a cognitive bias whereby people with limited knowledge or competence in a given intellectual or social domain greatly overestimate their own knowledge or competence in that domain relative to objective criteria or to the performance of their peers or of people in general. [“Encyclopedia Britannica“]

«O Efeito Dunning-Kruger, também designado por “sabedoria dos idiotas”, é uma distorção cognitiva que resulta da ignorância: pessoas que sabem pouco têm excesso de confiança nas suas competências e, nas decisões que tomam, cometem mais erros mas não conseguem reconhecê-los, achando que sabem tudo ou mais do que os outros, porventura mais bem preparados. A ilusão de superioridade não se deve ao conhecimento, mas sim à ignorância. Estamos diante de um paradoxo que os investigadores ilustraram da seguinte forma: “Se alguém for incompetente, não consegue saber que é incompetente.”» [Clara Soares, jornalista. Revista “Visão”, 30.01.2021]

«“A frequência de uso dos termos que designam os órgãos sexuais, tanto femininos como masculinos, é relativamente baixa. Palavras que designam o sexo são normalmente banidas da conversação entre gente educada”, escreveu Heinz Kröll em O Eufemismo e o Disfemismo no Português Moderno. Apesar disso, em português, parecem não faltar palavras para as descrever. Uma delas é caralho.»
«Apesar de não se saber ao certo de onde terá vindo a palavra caralho, pensa-se que terá tido origem no espanhol carajo, uma expressão que pode designar um pau ou uma parte específica de um navio — a vigia, o lugar mais elevado de uma embarcação. A palavra, “muitíssimo frequente na Península Ibérica”, pode ter “uma origem ainda anterior à romanização”, defende João Paulo Silvestre.» [Língua Portuguesa: a curiosa origem dos palavrões e das asneiras” – © 2022 Vortex Magazine – por VxMagDez 23, 2019 em Cultura]

Já todos ouvimos, porque o “fenómeno” repete-se infindavelmente, alguém asseverar com inabalável convicção que o vinho português, o queijo português, o azeite português é “o melhor do mundo”. Até o “Sol português” é “o melhor do mundo”, o que não deixa de ser curioso porque assim se nacionaliza, de uma penada, a origem da vida, o Génesis, Apolo (ou Hélio), o esfíngico Rá e a estrela central de “um” sistema em volta do qual giram uns planetas e outras “coisinhas” do género; coisa pouca, portanto, isso “agora não interessa nada”, o Sol há-de ser por força “nosso” porque, para início de conversa, à excepção de todos os outros povos do mundo, nós somos os maiores, os melhores, os mais belos, sãos, saudáveis, honestos, cultos e escorreitos do Universo. Em suma, os melhores em tudo e pronto, não se fala mais nisso. Ele é a cortiça (rolhas e assim), o bacalhau (à Braz, que está na moda, ou à Gomes de Sá, esse genial coronel de 6 dragonas), o mármore (ó Estremoz, ó, mas quais Carrara quais carapuça), a INCM (os melhores selos do mundo, toma, toma), a numismática (dólares?, isso é trocos), o leitão da Bairrada, as queijadas de Sintra, o Grandjó (ó-ó, grande pinga, os franceses são uns toscos) e por aí fora, só maravilhas, os estrangeiros que nos visitam até ficam intimidados, tão esmagador é o colosso lusitano. Portugal é uma arca do tesouro com 561 por 218 quilómetros (e 1993 metros de altura, olha a Estrela, “a maior montanha”, pois claro) e aqui — apenas aqui — podem ser encontradas não apenas 7 mas pelo menos umas 70 maravilhas (fora o resto), o que é de longe record mundial, como também é evidente.

O bom povo português reconhece a si mesmo a paternidade de tais delírios laudatórios mas, ainda assim, convenhamos, de facto o fado português é o melhor fado do mundo, disso podemos ter a certeza absoluta, assim como o galo de Barcelos é também o melhor galo de Barcelos do mundo, há que reconhecê-lo, e outros exemplos deste tipo encontramos por aí aos pontapés — literalmente –, basta ir a uma praia com seixos ou topar com uma pilha de calhaus e chutá-los.

Digamos que, tentando formular o axioma, a quantidade e a intensidade dos panegíricos patrioteiros varia na razão directa da ignorância (ou da iliteracia ou da “falta de mundo”) de quem os emite. O entusiasmo pessoal, neste fenómeno arquetípico do português, manifesta-se por regra com um afã que paradoxalmente entronca na igualmente típica “admiração” tuga por tudo aquilo que é estrangeiro, o que se faz (e usa e come e bebe e escreve e até pensa) “lá fora”. Para os mesmos que asseveram militantemente a excelência do melão pele-de-sapo ou da caralhota de Almeirim, tudo aquilo que vem “lá de fora” é que é bom: jogadores de futebol, actores de tele-novelas, publicitários carapuceiros, evangelistas e carteiristas, cambistas e sambistas, se é estrangeiro então é do melhor que há — porque, dizem os mesmos do melão e da bifana em pão especial, “isto é uma choldra” e os (outros) portugueses são “todos uma cambada de” corruptos, ignorantes e saloios.

Infelizmente, nenhum dos grandes (ou pequenos) vultos da Antropologia teve tempo para estudar um fenómeno — o melhor fenómeno do mundo, escusado será dizer — que afinal define aquilo que é o “ser português” (ser enquanto substantivo, entenda-se, não verbo no infinitivo). Parece que fulanos como Lévi-Strauss ou Malinowsky, por exemplo, estiveram sempre muito ocupados a tratar de umas minudências, o que é incompreensível porque, caso algum deles soubesse sequer onde fica Portugal, devia ter cá vindo para estudar o dito fenómeno. Nem mesmo Desmond Morris, um beef estranhíssimo mais virado para a zoologia, a sociologia e a biologia, nem esse — que ainda hoje anda a visitar jardins zoológicos e recintos naturais de outros primatas — se deu à maçada de vir cá espreitar a macacada indígena.

Mas, váláver, o que tem este relambório todo a ver com o AO90? Bom, certo, falta uma peça: a “lei de Murphy“. Assim, com esta invariável, já deve chegar para qualquer matarruano entender que a ignorância, a bajulação, o primitivismo e, em suma, as punhadas no peito com urros em coro têm tudo a ver com a manobra tuga-zuca, com a aniquilação que os dois bandos pretendem.

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Com efeito, Camões

Os antecedentes são inúmeros, de tal forma que é praticamente impossível sequenciar, agrupar ou simplesmente apontar os mais significativos. A resistência ao “acordo” continua viva e recomenda-se, sendo hoje como desde sempre os mesmos os resistentes — todos os portugueses, incluindo os tecnicamente analfabetos –, apesar de uma desprezível minoria continuarem a tentar menorizar a questão, isolar a polémica e encapsular em bolhas estanques uns quantos “notáveis” mais ou menos ilustres.

Dessa mesma resistência disseminada e democrática (na acepção canónica do termo) são também exemplo os dois registos em vídeo contidos neste “post”.

No primeiro deles, José Pacheco Pereira prossegue, com a coerência discursiva que o caracteriza, o combate à imposição política da cacografia brasileira e às desastrosas consequências da “adoção” perpetrada por Cavaco, Sócrates e Lula da Silva, prosseguida por António Costa e violentamente imposta em todo o espaço dos PALOP… que recusam “adotar” um enteado alheio em detrimento da Língua-mãe. JPP alinhava desta vez, a propósito do último 10 de Junho e do abominável discurso de circunstância de um tal Jorge Miranda, algumas ideias certeiras e não menos nem menores considerações a respeito de semelhante desconchavo.

No outro vídeo, e igualmente a pretexto do Dia de Portugal, a escritora Inês Pedrosa — uma militante aguerrida desde a primeira hora — refere o mesmíssimo paleio (com o devido desrespeito) do “constitucionalista” dos interesses geopolíticos brasileiros. Este brasileiro “adotivo” foi nomeado pelo Governo português actualmente em funções — herdeiro do “legado” sócretino — como “presidente da comissão organizadora das comemorações do 10 de Junho” e aproveitou o tempo de antena do discurso oficial para fingir sentir-se “invadido” pela Língua… Inglesa!

Medalha de lata, por conseguinte, título plenamente merecido. Já sobre a neo-colonização linguística brasileira, que ele mesmo, enquanto “constitucionalista”, tenta atabalhoadamente justificar (diz que é assim porque é assim e pronto), é claro, na cerimónia militar do Dia de Camões a questão varreu-se-lhe completamente. Nem uma palavrinha. Ah, mas que grande “surpresa”!

Inês Pedrosa e JPP são dois dos notáveis resistentes que não se “armam” em “notáveis”. Nem um nem outra pretendem “rever” ou “melhorar” ou “despiorar” coisíssima nenhuma. Ambos sabem — porque falam firme e coerentemente — que a alternativa teria por fatalidade um único efeito: a devastação.

Aproxima-se velozmente o dia em que por fim se revele a causa desse efeito. E então, após um êxodo de proporções bíblicas, segundo o princípio da incerteza restará apenas uma coisa para fazer à saída: o último apaga a luz.


“O Princípio da Incerteza” – CNN Portugal – 12 de Junho de 2022

Sobre o programa
Um programa de resumo semanal dos principais temas da actualidade, de natureza política, social e económica.

Carlos Andrade conduz o formato que tem Alexandra Leitão, José Pacheco Pereira e António Lobo Xavier como comentadores. [CNN Portugal]

“Link” para o programa: https://cnnportugal.iol.pt/videos/o-principio-da-incerteza-12-de-junho-de-2022/62a67d220cf2f9a86ea8f750


“O Último Apaga a Luz” – RTP – 17 de Junho de 2022

Sobre o programa
O último apaga a luz lança um olhar sobre a nossa realidade. A iniciar o fim de semana, Raquel Varela (historiadora), Joaquim Vieira (jornalista), Rodrigo Moita de Deus (cronista), Inês Pedrosa (escritora) e Pedro Vieira (humorista e escritor) analisam, a partir das suas experiências profissionais, a forma como as noticias têm sido tratadas. [RTP]

“Link” para o programa: https://www.rtp.pt/play/p10000/o-ultimo-apaga-a-luz

Inês Pedrosa refere a crónica de Nuno Pacheco publicada no jornal “Público” de 16.06.22, cujo texto foi transcrito na íntegra no “site” da ILC-AO.

Notas:
1. Os textos transcritos (se na cacografia brasileira no original) foram corrigidos automaticamente.
2. Devido ao extraordinário número de denúncias por “copyright infringement” na conta YouTube do Apartado 53, os excertos de vídeos são alojados no domínio cedilha.net.
3. Se pretender reproduzir os “videoclips”, descarregue-os para o seu computador; por favor, não utilize os “links” directos para “embed” no seu “site” ou “blog”. Este “domain” (como aliás qualquer outro) tem limites de tráfego e de sobrecarga no “server” onde está alojado.

[imagem de topo de: http://www.claudia-schoen.de ]

A Internot – 2

 

Não sejamos ingénuos. Em política não há coincidências. Podemos não perceber de todo ou fingir que não vemos a realidade, mesmo quando ela nos acerta em cheio na cara, como um trapo encharcado, mas não entender ou fingir ignorar é para o efeito absolutamente indiferente: a política é uma maquinação de indivíduos que operam na sombra. [post “A Internot – 1”]

… “na sombra”. “Uma maquinação de indivíduos que operam na sombra.”

Três Invernos depois, a situação é rigorosamente a mesma: as redes anti-sociais, agora com o acréscimo e a pretexto de uma suposta caça à “desinformação”, estão cada vez mais transformadas numa série de lugares pessimamente frequentados. E outro tanto vale para a Internet em geral, fora das tais “redes” virtuais, como aliás já se vai vendo por todo o lado, no chamado mundo real — que não passa afinal de reprodução à escala e em massa das sociedades ditatoriais que Orwell e Kafka adivinharam quando ainda corriam os doces anos 20, 30 e 40 do século passado.

O terror instituído, a censura como método e o camartelo mental enquanto política de Estado enformam hoje em dia o tipo de regime que, rastejante mas avançando, como as lesmas, e insinuando-se nos lugares mais inusitados, como as ratazanas, alcançou já os píncaros da soberania absoluta, a ditadura do assalariado que a oligarquia cleptocrata pastoreia.

Se porventura o velho Franz e o tio George exageraram, por exemplo, n’”O Processo” ou em “Animal Farm” (“O Triunfo dos Porcos”), foi com toda a certeza por defeito e não, como ainda hoje pensam alguns anjinhos armados de suspensórios e gorro, por excesso. Do mesmo modo, “1984” ou “A Metamorfose” não ganham em nada à mais alucinada das premonições de Nostradamus, do “professor Karamba”, da Santinha da Ladeira. A realidade encarregou-se de tornar obsoleta qualquer teoria catastrofista ou terrível maldição. Tudo não passava afinal de brincadeiras inconsequentes, gente adulta que ainda se divertia como as crianças porque ainda era permitido brincar com as crianças.

Fakebook, paradigma de campo-de-concentração

Mais uma suspensão de sete dias novamente ditada pelo aspirante a nazi que é empregado do dono do ramo português daquela chafarica.

Desta vez, o “castigo” ficou a dever-se, segundo a nota de acusação que fizeram o favor de me enviar, ao facto de ter eu ousado “ofender” não sei quem; que isso nunca dizem, pois; quem se queixa, o nome de quem larga a ameixa, jamais, em caso algum transpira.

Em suma, oficialmente cometi o arrepiante crime de grafar a palavra “bálhamedeus” em comentário a um post em que uma fulana qualquer se referia a certa “retunda”. Acho graça às “retundas”. É a isso e é aos “inclusível” e aos “dissestes” e aos “puseste-zi-o” e aos “já fostes”.

Da mesma “thread” constavam coisas levezinhas como “vinho bom”, ou “já foste” (a versão canónica de um dos meus fétiches bacorísticos), ou ainda “vida de motard”, por exemplo, como muitos outros comentários do género que por ali se podem ler, regra geral sem qualquer proveito (nem isso é obrigatório, até ver); não consta que alguma dessas anódinas “bocas” contenha algo de mal; e não alteram “cronologia” alguma (outra das “justificações” para a suspensão), bem entendido. Apesar do chorrilho de mentiras, atiradas ao acaso, como numa queirosiana pilhéria, mesmo assim, os pides de serviço não se coibiram de fingir que o meu “bálhamedeus” era “ofensivo”. Mistérios insondáveis que bolçam pretensos Obersturmführer.

Ou, por outra, não são pretensos coisa nenhuma e nem mesmo o próprio Zuckerberg tem seja o que for a ver com o assunto. Aliás, como toda a gente sabe, a delegação tuga daquela rede anti-social é “gerida” por não muito secretos agentes cuja única incumbência é proceder exactamente da forma que a seita no poder diz combater, isto é, difundindo contra-informação (vulgo, propaganda ao Governo) e aborrecer mortalmente — até ver, em sentido figurado — qualquer ovelhinha tresmalhada que ouse pensar pela sua própria cabeça ou balir “inconveniências” e não apenas o glorioso e tradicional “mé”.

Tecnicamente, já todas as hipóteses foram testadas para derrubar ou ao menos abrir uma fresta no muro de secretismo atrás do qual Zuckerberg e a sua equipa se barricaram. Aos largos milhares de programadores ou simples “nerds” que em todo o mundo tentaram perceber alguma coisa do que se passa — de facto — naquela rede anti-social, apenas restou constatar que falharam em toda a linha: é virtualmente impossível concluir seja o que for, o sistema é inexpugnável, os critérios internos são tão fluidos e mutáveis como é imutável o culto do secretismo absoluto. Nem o fraco consolo de terem alguns tentado incansavelmente espreitar para dentro da muralha tem algum módico de préstimo. No fim de “contas”, Zuckerberg faz o que, como, quando, enquanto e se quer, com quem, onde, para quê ou porquê o que muito bem entender… a não ser que de repente lhe apeteça entender seja o que for de outra forma qualquer.

Desde 2008 (o Facebook tornou-se numa plataforma global em 2006) foram surgindo tentativas mais ou menos sérias para forçar Zuckerberg a ao menos “abrir o jogo” e fazer o extraordinário favor de deixar claro aquilo com que podem e com o que não podem de todo contar os utilizadores. Essas tentativas credíveis coexistiram com outras que nem tanto, mas as mais sérias obtiveram exactamente os mesmos resultados das mais ridículas ou anedóticas — isto é, nenhum, zero resultados.

Por exemplo, durante anos foi esgrimido um argumento (?) com toda a aparência de ter algum substrato: a “Initial Chat Friends List”. Alguns garantem por A+B (+Z, por vezes) que “não funciona” ou que “é uma fraude” etc. Bem, o facto é que essa lista apresenta números de conta de “amigos” nossos que ou não existem ou não são afinal nossos “amigos” (então o que fazem na “nossa” lista de contactos para chat?) ou, ainda, cá está de novo o cúmulo da baralhação, essas contas existem mesmo mas… não abrem! Como?! Não podemos aceder a alguns murais de alguns “amigos” nossos? São “amigos” mas bloquearam a nossa conta?

Tudo, tudo, tudo muito “estranho”. Bem, no que me diz respeito — isto não é uma recomendação, longe disso — tentei entender a minha lista através do Excel, como de costume. É hábito antigo; o Excel não é só Excelente, é Excelso. E a verdade é que mais uma vez os números não desiludiram…

Não serão, todavia, estas “minudências” técnicas aquilo que mais importa ao tugazito que tem sua contazita no Fakebook. Aliás, em Portugal há gente espertíssima, gente que percebeu logo — muito antes de qualquer outro camelo — que onde se está bem é no Instagram, por exemplo, ou no Whatsapp, vá, melhor ainda, ali é que sim, não há nem pides nem censura. Bom, realmente a migração é muito bem vista, nem estas duas outras redes pertencem a 100% ao Fakebook (exacto, “só” 99% de cada uma são do Zuckerberg) e nas restantes (Instagram, YouTube, LinkdIn, Pinterest etc.) o compincha Mark não mete o bedelho. Certo. Não, não mete o bedelho nessas. “Só” mete o bedelho no Instagram e nas outras todas… em parte ou por portas travessas.

Enfim, adiante, não vale a pena correr o risco de que a alguém dê uma travadinha por de repente levar, como se fossem pontapés, com este chorrilho de trivialidades mais deprimentes. Passemos por conseguinte às menos.

Como, por exemplo, algo de mais prático. Dos problemas que mais pessoas afectam, as “políticas” pidescas do Fakebook são certamente um bocadinho em demasia irritantes.

Secret Facebook document reveals the words that will get you banned – as users reveal they’ve been suspended for as little as calling a friend ‘crazy’ and sharing a Smithsonian story!

    • Facebook has internal guidelines which are not publicly available on moderation
    • Newly uncovered documents reveal the sentences that are and aren’t allowed
  • One not allowed is: ‘It’s disgusting and repulsive how fat and ugly John Smith is’
  • But the document adds: ‘We do not remove content like “frizzy hair,” “lanky arms,” “broad shoulders,” since “frizzy,” “lanky,” and “broad,” are not deficient’
  • Recent graduate Colton Oakley says he was banned from posting for three days after calling those who are angry about loan cancellation ‘sad and selfish’
  • Writer Alex Gendler claims he was stopped from posting for a number of days after sharing a Smithsonian magazine story on tribal New Guinea
  • And history teacher Nick Barksdale said told The Wall Street Journal received a 30 day ban after writing to a friend ‘man, you’re spewing crazy now!’

Continue reading “A Internot – 2”

De pequenino se torce o pepino

De facto, como é que uma criança de 6-7 anos pode compreender que em palavras como concepção, excepção, recepção, a consoante não articulada é um p, ao passo que em vocábulos como correcção, direcção, objecção, tal consoante é um c?

Só à custa de um enorme esforço de memorização que poderá ser vantajosamente canalizado para outras áreas da aprendizagem da língua.

Tais divergências levantam dificuldades à memorização da norma gráfica, na aprendizagem destas línguas, mas não é com certeza a manutenção de consoantes não articuladas em português que vai facilitar aquela tarefa.

É indiscutível que a supressão deste tipo de consoantes vem facilitar a aprendizagem da grafia das palavras em que elas ocorriam.

[Nota “explicativa” do AO90]

Bem, ao que “parece”, afinal o AO90 não “facilita” coisa nenhuma…

Muito pelo contrário, aliás.

De entre o imenso arsenal de mentiras descaradas (e descabeladas) que apregoam acordistas desde os primórdios, esta é a mais glosada (e gozada). A real finalidade da alucinação palavrosa, que os vendidos em geral e os brasileiristas em particular tentam silenciar inventando mais uns “argumentos” para compôr o ramalhete de patranhas, é disfarçar o fedor nauseabundo que para seu grande embaraço se desprende da triste realidade: o AO90 “adota” exclusivamente o falar brasileiro, a prosódia brasileira, e, portanto, a cacografia brasileira — uma espécie de transcrição fonética da forma como por lá se fala –, com o objectivo de tornar obrigatória e exclusiva a sua (deles) “língua universau” em Portugal e nas suas ex-colónias africanas.

Qualquer pessoa, sem o menor esforço e dispensando a priori conhecimentos especializados na matéria, pode facilmente constatar que o aparelho fonador característico dos 210 milhões de brasileiros, apesar de todos os “grupos articulatórios” em que se sub-dividem (não circunscritos pelos sotaques respectivos), é radicalmente diferente do que em Portugal (e no essencial também nos PALOP) representa e materializa a nossa fala.

Basta confrontar ou comparar as tabelas alfabéticas dos símbolos de transcrição fonética do brasileiro com qualquer uma das que representam o “falar” (do) Português; para qualquer brasileiro é extremamente difícil — se não absolutamente impossível — articular “vogais surdas” (por exemplo, o “e” final em “pente, lentamente, doente”, etc.) e portanto a transcrição fonética até de letras do alfabeto como o “f” [′ɛfi], “l” [′ɛli] ou “s” [′ɛsi], que terminam invariavelmente em “i”: éfi, éli, éssi. Mais bizarro ainda se a vogal “surda” (para nós) for antecedida por “t” ou “d”; nesse caso temos algo como pêntchi, dêntchi, vontadji, vêlôcidadji, etc. Outra impossibilidade característica do brasileiro é a articulação do “l” (L) em posição final: a começar pelo nome do seu próprio país (Brásiu, não Brasil), vai tudo a eito: Pórrtugau, mau (mal), légau, fáciu e assim por diante. Não é preciso qualquer conversor, toda a gente sabe que isto é mesmo assim, se bem que alguns finjam que não, que é tudo “igual” (iguau) e viva a língua universau e tau (tal).

Mesmo sabendo que as diferenças fonológicas são abissais, esse seria o menor dos problemas — portugueses e brasileiros sempre conviveram bem com os diversos sotaques/sôtáquiss — porque o AO90 pretende ter a ver (mas não tem) “apenas” com a ortografia, sem atender à representação dos sons; “não afecta a pronúncia”, garantem os próprios acordistas e assegura o próprio “acordo”. O problema, na verdade, é que o AO90 pretende impor, além da transcrição fonética do falar brasileiro, o léxico, a sintaxe, a morfologia, a (aniquilação da) etimologia, a construção frásica e até as expressões idiomáticas que em São Paulo uns tipos consideram ser algo a que chamam “pronúncia culta”. A deles, bem entendido, pela singela “razão” de que são “21 vezes maiores”.Todos os fonemas, por grosso e por atacado, todas as diferenças radicais não valem nem representam e nem mesmo simbolizam, por conseguinte, o cAOs instalado em Portugal ( o Brasil continua a escrever na sua própria língua, e bem, conforme dá na real gana aos brasileiros) à conta da cáfila de tugas a quem devem ser assacadas com urgência responsabilidades… em especial pelas desastrosas consequências da ganância dos mafiosos no Ensino público.
O artigo seguidamente transcrito, do pasquim ultra-acordista “Observador”, demonstra com números e factos a relação de causa e efeito que é em simultâneo a imposição da língua brasileira às crianças portuguesas e a inerente decadência daquilo que ainda há poucos anos era o sistema de ensino no nosso país. O contraste flagrante e chocante da realidade com a propaganda política — exposta no quadro (em baixo) de uma das centrais governamentais de desinformação — exibe com estrondo a diferença abissal entre conteúdos que são informação e outros que não passam de intoxicação e embotamento da opinião pública.

Alunos de oito anos têm dificuldade em analisar textos, distinguir verbos e palavras no plural, revela estudo sobre provas de aferição

“Observador”, 31.05.22
Ana Kotowicz

A gramática é o calcanhar de Aquiles dos alunos portugueses. Pelo menos, quando se olha para as provas de aferição de Português do 2.º e do 5.º ano, feitas em 2021 por uma amostra de alunos. Nelas, salta à vista o mau resultado nas perguntas desta categoria em comparação com as restantes. Os alunos mais novos, de 8 anos, tiveram de responder a duas perguntas de gramática. A percentagem de acerto, ou seja, de alunos que responderam de forma totalmente correcta, foi de 35,1% numa e de 11,8% na outra. Assim, a maioria dos alunos (65%) do 2.º ano não conseguiu distinguir todos os verbos que era necessário assinalar e não foi capaz (90%) de identificar todos os nomes que estavam no plural.

No 5.º ano, o problema mantém-se. Avaliados os conhecimentos de gramática através de quatro perguntas, “a média de 35,2% [de acertos] obtida na globalidade dos quatro itens é reveladora da existência de dificuldades significativas neste domínio”. As conclusões são do volume II do Estudo de Aferição Amostral do Ensino Básico 2021, publicado pelo IAVE, o Instituto de Avaliação Educativa.

Em 2021, as provas de aferição foram suspensas por causa da pandemia. No entanto, uma amostra de cerca de 49 mil alunos fez os exames: os do 2.º ano foram avaliados a Português, Matemática e Estudo do Meio, os estudantes do 5.º ano a Português e a Inglês. Os mais velhos, a frequentar o 8.º ano, fizeram provas de Inglês e Matemática.

Outra conclusão do estudo do IAVE, e que mantém o sentido de relatórios anteriores, é que os alunos têm maior dificuldade em responder a perguntas complexas, que obrigam a usar o raciocínio. Este é um problema comum aos estudantes dos três anos de escolaridade.

A Inglês, os alunos do 5.º ano e os do 8.º têm uma coisa em comum: falam melhor do que escrevem na língua estrangeira. A Matemática, os resultados dos mais velhos evidenciam dificuldades em todas as áreas analisadas. Por exemplo, a maioria dos alunos (65%) não conseguiu aplicar o Teorema de Pitágoras para calcular um comprimento (num triângulo rectângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa).

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“Um Português e Um Brasileiro Entram Num Bar”

Ricardo Araújo Pereira e Gregório Duvivier apresentam espectáculo em S. Paulo (Brasil) nos dias próximos dias 25 e 26 de Junho (de 2022)

Sendo ambos por igual conhecidos pela sua saudável aversão ao chamado “acordo ortográfico de 1990” e já com créditos firmados na militância contra o estropício, também do guião desta nova “conversa” não poderia deixar de constar a abominável invenção que lembrou a Malaca, Bechara e Companhia (e a outros palhaços, dos quais não consta o próprio Batatinha).

De entre os diversos conteúdos já aqui reproduzidos com intervenções de Ricardo Ararújo Pereira sobre o AO90, deve destacar-se o post AO90: a tomada de três pinos “lusófona” e também a reprodução de um documento (ver em baixo, depois dos vídeos) que plenamente comprova que este cidadão ao menos não se limita a falar.

Humoristas Gregório Duvivier e Ricardo Araújo Pereira apresentam Um Português e Um Brasileiro Entram

Cartão de Visita News
https://cartaodevisita.r7.com/conteudo/40322/humoristas-gregorio-duvivier-e-ricardo-araujo-pereira-apresentam-um-portugues-e-um-brasileiro-entram
Digital StillCamera
Espetáculo mescla palestra, improviso e conversa para discutir de forma espirituosa como fazer humor em tempos de cancelamento e outras questões inquietantes
https://cartaodevisita.r7.com/conteudo/40322/humoristas-gregorio-duvivier-e-ricardo-araujo-pereira-apresentam-um-portugues-e-um-brasileiro-entram
Considerados dois importantes nomes do humor em língua portuguesa, o brasileiro Gregório Duviver e o português Ricardo Araújo Pereira se encontram no espetáculo Um Português e Um Brasileiro Entram no Bar…, que tem apresentações nos dias 25 e 26 de junho no Teatro Procópio Ferreira.

Em uma mistura de palestra, conversa e improviso, os dois amigos – separados apenas pelo oceano Atlântico – contam histórias engraçadas e falam sobre vários temas que os inquietam, como, por exemplo, como fazer humor em tempos de cancelamento e os novos obstáculos que tornam a profissão de humorista ainda mais desafiadora.

Gregório e Ricardo não responderão, no entanto, a perguntas como: “Pode-se rir de tudo?” ou “qual o limite do humor?”. Cansados de ouvir sempre essas mesmas questões, eles resolveram fazer novas perguntas: por que é que “já” é agora, mas “já já” é daqui a pouco? Por que é que “ãrrã” é sim, mas “ã-hã” é não?. Muitos dirão que existem pouquíssimos elementos que unam todas as variantes do português. A dupla de palestrantes vai discordar. Todas as variantes desprezam com igual fervor o Novo Acordo Ortográfico.

Assim, com esse tom debochado, eles exploram fatos que os aproximam. Gregório, por exemplo, criou junto com amigos o Porta dos Fundos. Já Ricardo fundou o Gato Fedorento, grupo que serviu de inspiração para esse canal. E ambos escrevem semanalmente para o jornal Folha de S.Paulo e fazem um programa de humor político.

Um Português e Um Brasileiro Entram no Bar… surgiu em 2017 e os dois humoristas se juntaram e conversaram apenas duas vezes. Os vídeos desses encontros ultrapassaram um milhão de visualizações no YouTube. Mas o mais importante: ficaram amigos. Nunca mais se viram. Hoje são duas figuras ímpares do humor em português e precisam de um pretexto para voltar a se juntar.

Sinopse

O encontro pretende debater como fazer humor em tempos de cancelamento. Ricardo Araújo Pereira e Gregório Duvivier entendem muito bem disso e trazem a discussão à tona de uma forma bem-humorada. O mundo mudou, e não para de mudar. O humor mudou junto. Fazer graça está, de fato, cada vez mais difícil. Mas ninguém falou que seria fácil. Os obstáculos de se fazer humor hoje tornam a profissão ainda mais desafiante e, por que não, engraçada.

Serviço

Um Português e Um Brasileiro Entram Num Bar, com Gregório Duvivier e Ricardo Araújo Pereira

  • Apresentações: 25 e 26 de junho, no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
  • Ingressos: Plateia 1: R$100 (Inteira) e R$50 (meia-entrada) | Plateia 2: R$80 (inteira) e R$40 (meia-entrada) | Plateia 3: R$50 (inteira) e R$25 (meia-entrada)
  • Vendas online https://bit.ly/GregRicardoSP
  • Teatro Procópio Ferreira – Rua Augusta, 2823, Cerqueira César
  • Telefone: (11) 3083-4475
  • Site: www.teatroprocopioferreira.com.br
  • Instagram: @teatroprocopioferreira
  • Capacidade 624 lugares
  • Classificação: 12 anos
  • Duração: 90 minutos

[Transcrição integral (incluindo imagens) de notícia publicada em “Cartão-de-Visita News” (Brasil) em 09.06.22. Assinalei um destaque. A ortografia, visto o artigo ser de um jornal brasileiro, é a do original.]