“F*deu: Portugal Acabou! Vai virar Brasil”

Continua a enxurrada de desinformação e intoxicação da opinião pública propagandeada pelos “órgãos de comunicação social” avençados pelo Governo.

Pretendem agora os patrões da golpada brasileirista impingir ao tuga:

a) que os números da imigração estão actualizados e são fidedignos. Não estão e não são.
b) que a CPLBinvenção brasileira para absorver os PALOP — agrava as contas. Não agrava.
c) que existe reciprocidade. Não existe: interessa a alguém emigrar para o Brasil, se os brasileiros fogem daquilo?
d) que a UE pode limitar a entrada no espaço Schengen a cidadãos que obtiveram a nacionalidade portuguesa. Claro que não pode. Portugal é um Estado-membro da UE e signatário do Acordo de Schengen.
e) que a “facilitação” e a “agilização” de processos (visando a cidadania automática) são gerais. Não são, de todo; servem apenas para, ao abrigo do “Estatuto de Igualdade“, abrir as portas da União Europeia a brasileiros.

Nas duas “notícias” seguidamente transcritas nota-se perfeitamente o contínuo matraquear das “verdades” oficiais que visam, essencialmente, com números sistematicamente “atrasados” (mas nitidamente martelados) ocultar a proveniência daquilo a que chamam “uma maioria”; como se comparar 80% com qualquer outra das “maiores comunidades” (20% no total) tivesse alguma espécie de credibilidade ou que toda a tugaria fosse integralmente constituída por mentecaptos.

Importa realçar, pela enésima vez, que isto tem absolutamente tudo a ver com o #AO90. Sem essa patranha original (aliás, inédita a nível mundial), com a subsequente invenção da CPLB (1996), mais a assinatura em segredo do “Estatuto de Igualdade” (2000) e o “Acordo de Mobilidade” de sentido único (2021), a ponte aérea actualmente em curso não seria possível.

Mais do que simples relação de causa e efeito, visto que aquela foi inventada para chegar a este, aplica-se aqui, em rigor, a máxima desde sempre utilizada pelos regimes totalitários: “os fins justificam os meios”.

Pois, mas não. Ambas as coisas não justificam absolutamente nada.

Número de imigrantes com autorização de residência ultrapassou um milhão

Este ano já foram concedidas 306 mil novos vistos de residência, mais do dobro do total de 2022.

Valentina Marcelino, com Lusa

 

É um recorde histórico: pela primeira vez o número de migrantes com autorização de residência ultrapassou a fasquia de um milhão.

De acordo com dados oficiais divulgados esta quinta-feira pelo Ministério da Administração Interna, foram concedidos este ano 306 mil novos vistos de residência o que, somados aos 781 915 registados em 2022, resulta em 1 087 995 – mais de um milhão.

Este número é, porém, ainda superior se juntarmos as 154 mil autorizações de residência CPLP e os cerca de 60 mil vistos de protecção temporária a cidadãos ucranianos, ou seja, perto de 1,3 milhões de cidadãos estrangeiros já vivem legalmente em Portugal. Este aumento significativo de novas autorizações – mais do dobro das concedidas no ano passado – veio também alterar o “top 10” das nacionalidades mais representativas.

Assim, o Brasil continua a liderar, isolado, com 400 759; seguido da Ucrânia (77 680); do Reino Unido (56 983); de Angola (55 983); da Cabo Verde (54 335); da Índia (47 558); da Itália (30 914); da Guiné Bissau (36 036); da França (30 656); e do Nepal (30 366).

Segundo uma apresentação feita hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que vai ser extinto no domingo, são 292.000 as manifestações de interesse formalizadas junto do SEF por cidadãos estrangeiros para obtenção de uma autorização de residência em Portugal, sendo um pedido feito através da plataforma electrónica do Sistema Automático de Pré-Agendamento (SAPA).

O SEF avançou que a média diária de apresentação de uma manifestação de interesse no portal SAPA é de 1000 pedidos.

Os dados foram apresentados durante uma visita do ministro da Administração Interna ao aeroporto de Lisboa quando falta dois dias para entrar em funções a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que vai suceder ao SEF nas funções administrativas de emissão de documentos para estrangeiros.

O director do SEF, Paulo Batista*, reconheceu a “herança pesada” do SEF, mas destacou o trabalho feito este ano, sublinhando que “nunca foram emitidos tantos novos título de residência”.

[Transcrição integral. Cacografia brasileira corrigida automaticamente. Destaques meus.]
[*Conferi o apelido; é mesmo “Batista”, sem P.]

Nº de Atribuições de Nacionalidade, por mês
https://partilha.justica.gov.pt/Transparencia/Dados-e-Estatisticas

Ministro da Administração Interna diz que “manifestações de interesse” apresentadas no SEF “não concedem, nem conferem qualquer direito”

A dois dias da extinção do SEF, José Luís Carneiro antecipa “muita ponderação e cuidado” no tratamento das 300.000 manifestações de interesse pendentes do SEF, que passam agora para a nova agência.

“Observador”, 27 Outubro 2023
Texto de: agência BrasiLusa

O Ministro da Administração Interna. Na posição protocolar correspondente à bandeira da União Europeia, e em vez desta, a bandeira da República Federativa do Brasil.

O ministro da Administração Interna esclareceu esta sexta-feira que as “manifestações de interesse” para obtenção de autorização de residência em Portugal feitas junto do SEF “não concedem, nem conferem qualquer direito”, sublinhando que é um processo “muito demorado”.

As manifestações de interesse não concedem, nem conferem qualquer direito. São cidadãos que se encontram, por vezes, em vários países da Europa ou em outra parte do mundo e que vão a uma aplicação tecnológica do SEF, onde se identificam e dizem que têm a intenção de vir para Portugal e querem obter uma autorização de residência”, disse a jornalistas José Luís Carneiro após uma visita ao terminal de cruzeiros Lisboa, onde a competência de controlo de passageiros na fronteira vai passar para a GNR com a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O ministro adiantou que após os imigrantes terem manifestado esse interesse “é preciso fazer uma avaliação para verificar se esse pedido deve ser ou não deferido“, se o cidadão estrangeiro reúne ou não condições para obter uma autorização de residência.

José Luís Carneiro comentava dados divulgados na quinta-feira pelo SEF que colocavam em 300.000 as manifestações de interesse para obtenção de autorização de residência em Portugal pendentes no SEF e que irão transitar para a nova Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Continue reading ““F*deu: Portugal Acabou! Vai virar Brasil””

Ordem dos Notários, (também) check

Ordem dos Médicos Dentistas

Ordem dos Notários

Ordem dos Médicos

Ordem dos Advogados

[post “Dentistas? Check! Advogados? Check! Médicos? Check!“]

Conforme previsto no Acordo de Mobilidade (2021), esta mais recente e alucinantemente rápida sucessão de golpadas serve apenas para que brasileiros obtenham a nacionalidade portuguesa. Uma parte ficará por cá mas a maioria poderá emigrar (com passaporte europeu, logo, livre-trânsito) para qualquer dos outros países da União Europeia.
[postA lógica instrumental do #AO90″]

União Europeia quer penalizar Portugal por quantidade de brasileiros chegando ao país

www.acordacidade.com.br, 11/10/2023

A ida de brasileiros para morar em Portugal tem sido cada vez mais frequente, algo que ocorre em grande parte devido aos programas de incentivo à mudança de estrangeiros ao país, principalmente à lei que possibilita uma autorização “automática” de residência para imigrantes dos chamados países da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o que os permite morar, trabalhar, alugar imóveis e realizar cursos no país. Mas esse tipo de projeto de incentivo, que tem atraído estrangeiros para as terras portuguesas, tem sido questionado pela União Europeia – bloco político e econômico do qual Portugal faz parte. De acordo com a Comissão Europeia, o visto concedido pela CPLP não permite a viagem dos imigrantes para outros países do bloco europeu, que, para turistas, não deveria ultrapassar o limite de 90 dias.

Segundo o bloco europeu, o visto da CPLP viola o acordo de Schengen, criado em 1985, responsável por definir um acordo de livre circulação na Europa. O órgão notificou Portugal, que tem um prazo de dois meses para responder a notificação e apresentar o seu posicionamento.

O grande número de brasileiros em Portugal

De acordo com o representante lusófono, assessor da Casa do Brasil, Terras de Cabral, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, esse deve ser apenas o início das implicações no êxodo brasileiro a Portugal.

“A vinda de brasileiros para residir em Portugal não é necessariamente algo negativo, mas o que percebemos é que a facilitação extrema do governo português, as atuais condições do país, a grande quantidade de imigrantes e a dissociação dos benefícios de visto com as normas da União Europeia mostram que o movimento está sendo feito de uma forma mal planejada, o que prejudica tanto o país, quanto os imigrantes, que acabam, muitas vezes, passando por dificuldades que o fazem retornar ao seu país de origem”, afirma.

[Transcrição integral,. Destaques e “links” meus.
Os textos (de) brasileiros não são corrigidos automaticamente.]

«O primeiro-ministro português sabe isso e vai lutar na União Europeia por um regime especial para os cidadãos dos países de língua portuguesa, tentando aprovar – ou pelo menos permitir – a criação de uma primeira “cidadania da língua” na história universal.»
[José Manuel Diogo, “APBRA200”, 27.06.22] [post «Portugal, um Estado brasileiro na Europa»]

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Ora Pois: Cartórios de Portugal querem reconhecer documentos digitais do Brasil

Medida visa reduzir custos e aumentar agilidade para cidadãos dos dois países
Lisboa

A presença recorde de brasileiros legalmente residentes em Portugal — a comunidade aumentou 386% desde 2016, chegando agora a quase 400 mil cidadãos — já é sentida também nos cartórios lusitanos, que querem agora simplificar a aceitação de documentos digitais emitidos no Brasil.

Continue reading “Ordem dos Notários, (também) check”

“Portanto… enfim… é… é fazer as contas”*

«A OGMA completa esta sexta-feira 100 anos, sendo a sexta empresa do sector aeronáutico mundial a cumprir um século. A fundação, as guerras, a Força Aérea e a privatização de 2005 foram marcos na história da empresa.» [Maria João Babo, “Jornal de Negócios”, 29 de Junho de 2018]

«We are an aeronautical company with a long and prestigious tradition. OGMA was created in 1918, however the year of 2005 represented a new era in its history, when the Portuguese Government privatized 65% of the company’s capital
«It was the beginning of a very significant effort to make OGMA more competitive worldwide, expanding to new markets.»
«In 2012, Embraer’s entry in OGMA’s capital meant the creation of a new journey with the OGMA-Embraer partnership joint in one goal: to bring the best of Portuguese industry and engineering to the aeronautical market. Currently, the Portuguese government holds 35% of the company’s capital, with the remaining 65% held by Embraer.» [OGMA (.pt) – “Company Profile”]

«A presença da Embraer no Fórum é um dos destaques do Brasil. O projeto do avião KC-390 da Embraer, que acabou incorporado à Força Aérea Portuguesa, contou com a contribuição do Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), o que representou um novo paradigma entre os dois países no campo da cooperação empresarial
«Os investimentos realizados pela Embraer em Portugal, na OGMA (Indústria Aeronáutica de Portugal) e em duas fábricas no Parque Industrial de Évora, alcançam US$ 500 milhões, tendo gerado por volta de 2.500 empregos diretos e sete mil empregos indiretos, além da cooperação tecnológica em uma área estratégica. Um contrato entre a Embraer e o governo português prevê a entrega de cinco aeronaves KC-390 à Força Aérea Portuguesa. Uma por ano, a partir de 2023, pelo montante de 872 milhões de euros.»
[“O Dia” (Brasil), 23/04/2023 – post ‘Follow the money’]

OE2024 prevê gastar 2.850,1 milhões de euros em Defesa

Global Media Group
tsf.pt, 10 Outubro, 2023
por agência BrasiLusa


O Governo aponta para um aumento de 13,7% do orçamento para a Defesa Nacional.

A proposta de Orçamento de Estado para 2024 prevê uma despesa total consolidada de 2.850,1 milhões de euros para a Defesa Nacional, com destaque para um aumento de 23,8% na Lei de Programação Militar (LPM).

De acordo com o relatório da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), entregue hoje na Assembleia da República, o executivo estima gastar 2.850,1 milhões de euros na Defesa Nacional, o que, comparado com a despesa total consolidada que o executivo previa na proposta de Orçamento para 2023 (2.584,9 milhões), representa um aumento de 265,2 milhões, mais 10,26%.

No entanto, no relatório apresentado hoje pelo Governo, a estimativa de gastos na Defesa até ao final deste ano é um pouco mais baixa do que a inicialmente prevista na proposta para 2023: 2.506,7 milhões.

Tendo em conta estes valores, o Governo aponta para um aumento de 13,7% do orçamento para a Defesa Nacional.

Segundo o mesmo relatório, o executivo maioritário socialista prevê gastar no próximo ano 533,1 milhões de euros na Lei de Programação Militar (LPM), o que representa um aumento de 102,5 milhões de euros face à proposta apresentada em 2023, e equivale a um reforço de 23,8%.

Sobre a Lei de Programação Militar — que foi aprovada no parlamento em Julho e prevê um montante global de 5.570 milhões de euros até 2034 — o Governo detalha que no próximo ano, “dos projectos estruturantes para as missões de soberania e de interesse público destaca-se a aquisição de meios navais e aeronaves e a ampliação das responsabilidades e meios de ciberdefesa”.

No que toca à Lei de Infra-estruturas Militares (LIM), o Governo prevê gastar no próximo ano 22 milhões de euros (valor idêntico à proposta de 2023), e para as Forças Nacionais Destacadas (FND) o executivo estima uma despesa de 75 milhões, mais dois milhões do que na proposta do ano passado.

Os encargos com saúde mantêm-se orçamentados em 21 milhões de euros e os custos com pensões e reformas serão de 86,9 milhões, mais 5,4 milhões de euros do que na proposta de 2023.

O executivo prevê gastar 1.165,8 milhões de euros em despesas com pessoal.

Hoje, nos Açores, a ministra da Defesa anunciou um aumento da componente fixa do suplemento de condição militar em 70 euros, passando de 30 para 100 euros.

O Governo estima uma receita total consolidada de 2.864,2 milhões, o que face à despesa total prevista resulta num saldo orçamental de 14,1 milhões no próximo ano. Para este ano, o Governo estima um saldo orçamental de 104,9 milhões.

No que toca às receitas de vendas de bens e serviços, o Governo salienta “a Força Aérea, com 46,5 milhões de euros de previsão, em parte, relacionada com a expectativa de recuperação de valores a receber” e a Arsenal do Alfeite, S.A., “com uma previsão de 31,7 milhões de euros, essencialmente resultante dos serviços de reparação naval prestados à Marinha Portuguesa”.

O executivo destaca as intervenções previstas na Lei de Programação Militar, “designadamente, contratos de sustentação das aeronaves KC-390 e os montantes afectos a locação das aeronaves militares C-295″.

O investimento ascende a 703,2 milhões de euros, dos quais 449,5 milhões de euros se enquadram no âmbito da LPM, em que se destaca a despesa relativa ao programa de aquisição das aeronaves militares de transporte estratégico KC-390 e a construção de dois navios de patrulha oceânica”, detalha o relatório.

No que toca a investimento financiado pelo PRR, o Governo refere a aplicação de cerca de 68 milhões de euros no âmbito da nova Plataforma Naval, bem como 40,9 milhões de euros para assegurar o financiamento da aquisição de meios aéreos pelo Estado para o DECIR.

Naquele que é o terceiro orçamento do Estado após o início do conflito na Ucrânia, em Fevereiro de 2022, o Governo refere que “Portugal irá assegurar os compromissos assumidos com os seus Aliados e parceiros, nomeadamente, através da projecção de Forças Nacionais Destacadas para o flanco leste da NATO, e no apoio aos esforços de resistência da Ucrânia, dentro das capacidades existentes”.

A proposta de Orçamento do Estado para 2024 foi hoje entregue no parlamento e será debatida e votada na generalidade nos dias 30 e 31 de Outubro.

A votação final global está agendada para 29 de Novembro.

[Transcrição integral. Cacografia brasileira corrigida automaticamente.
Inseri imagem do site do governo-geral do 28.º Estado.]

Portugal recebe seu primeiro jato Embraer KC-390, acompanhe o voo

aeroin.net, 18.10.23

«Divulgação – Embraer»

O primeiro país estrangeiro a receber o maior avião fabricado no hemisfério sul, o Embraer KC-390, é Portugal e o voo de entrega está acontecendo nesta semana. A aeronave já havia ido antes a Portugal, mas para demonstrações e análises, agora, no entanto, ocorre a entrega oficial.

Fabricado no Brasil pela Embraer, o KC-390 já é operado hoje pela Força Aérea Brasileira (FAB), que participou ativamente no design do projeto, que visa substituir o LockheedC-130 Hércules no Brasil e no exterior.

Portugal é um dos parceiros de fabricação do modelo, que tem partes feitas em Évora e também é o primeiro cliente da OTAN para a aeronave militar brasileira.

Agora, após meses de testes e preparação das tripulações portuguesas, o primeiro avião está sendo entregue. De matrícula FAP-26901, o jato saiu da fábrica da Embraer Defesa & Segurança em Gavião Peixoto, no interior paulista, na noite de terça-feira.

De São Paulo, o avião voou direto para Recife, onde fará uma escala técnica antes de seguir para a Ilha do Sal em Cabo Verde, última parada antes de chegar na Base Aérea nº 11 em Beja, no sul de Portugal.

A aeronave pode ser acompanhada em voo em tempo real clicando neste link ou neste link, enquanto estiver em voo.

[Transcrição integral, incluindo “links” (a azul). Inseri um “link” (a verde).
Em transcrições de publicações brasileiras, a cacografia não é corrigida automaticamente.]

«Under the current contract with Embraer, it was with great enthusiasm that #OGMA delivered, last March 17, the second ERJ-175 aircraft to Polícia Federal Brasileira. The aircraft was released after performing a redelivery check and painting services.» [

 

[Imagem de topo (31.10.1992): OGMA – Oficinas Gerais de Material Aeronáutico. Origem: “Slideshare“.]
*O título deste “post” é uma frase célebre debitada por António Guterres, então primeiro-ministro (1995-2002), actual Secretário-Geral da ONU

CIPLE vs CELPE: certificado em brasileiro ou certificado em brasileiro?

O que for doravante determinado pelo Brasil, por instituições brasileiras, pelo Governo brasileiro, passa automaticamente a valer em todos os estados, a começar pelo 28.º Estado. Eles dizem-no clara e expressamente, por exemplo no arrazoado seguidamente transcrito: «apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa». [‘Cândido, Pangloss, Voltaire (e vice-versa)‘]

Isto deve ter escapado aos vendidos que foram ao Brasil oferecer a Língua Portuguesa, aos mafiosos que tiraram do arquivo morto o #AO90 e aos gangsters que planearam a anexação de Portugal e dos PALOP a pretexto da língua “universau”.

É possível, mas nada provável, que a questão possa ter ocorrido a qualquer dos envolvidos na tramóia: se a língua passa a ser “universau” e, portanto, a ortografia é “unificada”, então a certificação de proficiência para estrangeiros passa a ser só uma, certo?

Errado.

Em Portugal vale apenas — até ver — o “Certificado Inicial de Português Língua Estrangeira” (CIPLE), conforme o previsto e determinado pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, enquanto que no Brasil continua a valer somente o “Certificado de Proficiência em língua portuguesa Para Estrangeiros” (CELPE-Bras).

Mas, que diabo, ao fim e ao cabo tanto faz, ambos os certificados são equivalentes e, portanto, qualquer estrangeiro pode obter indiferentemente o documento emitido em Portugal ou aquele que o “qualifica” no Brasil! Certo?

De novo: errado.

Atlas linguístico do Brasil

Se assim fosse, isto é, se de facto aquilo que um estrangeiro “aprende” no Brasil fosse o mesmo que serve para a certificação em Portugal, se os conteúdos e os objectivos pedagógicos fossem os mesmos (ou ao menos parecidos), então, evidentemente, não haveria dois certificados completamente diferentes, bastaria um deles…

Aliás, se a língua brasileira fosse mesmo “universau” — o que não sucede sequer dentro das fronteiras do Brasil — quaisquer provas de avaliação e o próprio exame final seriam iguais cá e lá, teriam (mesmo com a desortografia brasileira imposta pelo #AO90) um único enunciado e os critérios de avaliação seriam exactamente iguais. Não existem sequer vagas semelhanças entre eles, a nível algum: conteúdos, objectivos, enunciados, temas, questões, formulações, critérios, normas, tudo é radicalmente diferente.

Porém, parece estar também já planeada neste particular a “unificação” (ou seja, a brasileirização), no âmbito do plano de anexação político-económica e de erradicação da Língua portuguesa: não apenas o despacho oficial do governo brasileiro é inequívoco, como também o mesmo governo da “União” determina, define e regula o «certificado oficial de proficiência em português brasileiro como língua estrangeira», indicando ainda quais os locais — nas suas recentemente adquiridas possessões na Europa, em África e na Ásia, ou seja, em Portugal, nos PALOP, em Macau, em Timor e até em Goa — que estão autorizados pelo Itamaraty a certificar estrangeiros: «as provas são realizadas em postos aplicadores credenciados no Brasil e no exterior, como instituições de educação superior, representações diplomáticas, missões consulares, centros e institutos culturais, bem como outras instituições interessadas na promoção e na difusão da língua portuguesa

CIPLE
Certificado Inicial de Português Língua Estrangeira

O CIPLE corresponde ao nível A2 do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, do Conselho da Europa.

A descrição para este nível de referência apresenta os domínios sociais de comunicação, as situações de comunicação, os tipos de texto escritos e orais, as estratégias de comunicação, os actos de fala, os temas, as noções específicas e gerais que se prevê serem necessárias ao uso da língua nas actividades comunicativas seguidamente descritas.

O CIPLE atesta uma capacidade geral básica para interagir num número limitado de situações de comunicação previsíveis do quotidiano. Prevê-se também que nas áreas profissional e de estudo os utilizadores do CIPLE sejam capazes de interagir em situações de comunicação que requeiram um uso muito limitado do português, que não se diferencia de um uso geral da língua.

As componentes deste exame são três: Compreensão da Leitura e Produção e Interacção Escritas, Compreensão do Oral e Produção e Interacção Orais.

Este exame tem uma versão escolar destinada a jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos. Nesta versão, as tarefas dos exames estão adaptadas à idade dos candidatos.

Este exame realiza-se nas épocas internacionais de Maio, Julho e Novembro e também nas épocas nacionais indicadas com o nome CIPLE-P (CIPLE-Portugal).

https://caple.letras.ulisboa.pt/exame/2/ciple

“Celpe-Bras” , “Celpe”

O que é?

O Celpe-Bras é o certificado brasileiro oficial de proficiência em português como língua estrangeira. A prova do Governo Federal é aplicada semestralmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com apoio do Ministério da Educação (MEC) e em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

As provas são realizadas em postos aplicadores credenciados no Brasil e no exterior, como instituições de educação superior, representações diplomáticas, missões consulares, centros e institutos culturais, bem como outras instituições interessadas na promoção e na difusão da língua portuguesa.

O Celpe-Bras é destinado para estrangeiros comprovarem sua proficiência em língua portuguesa. O certificado pode ser usado para ingresso em cursos de graduação e em programas de pós-graduação, bem como para validação de diplomas de profissionais estrangeiros que pretendem trabalhar no País.

Alguns postos aplicadores não cobram taxa de inscrição.

Quer fazer a prova? Fique atento aos prazos e às regras dos editais. Eles são diferentes a cada semestre. Desde 2020, devido à a pandemia de COVID-19, o Celpe-Bras tem apenas uma aplicação anual, no segundo semestre.

https://www.gov.br/pt-br/servicos/fazer-o-exame-para-certificado-de-proficiencia-em-lingua-portuguesa-para-estrangeiros

[Das transcrições constam apenas os textos de apresentação de cada um dos dois “certificados”.
Os destaques são meus. Imagem do Atlas linguístico do Brasil de: “Escola Kids“.
Imagem do galo de Barcelos caipira de: site “Sua Língua” (Brasil)
.]

Áfinau naum rôbáru nosso ôro, naum? Xiii, naum djiga!

A forma politicamente vesga e sociologicamente cavernícola como a nomenklatura tuga trata (d)os assuntos brasileiros reflecte-se claramente na inacreditável sucessão — em quantidade, extensão e número de envolvidos — de peças “jornalísticas” sobre a data em que, segundo não rezam as crónicas mas muito repetem alguns nas suas, Portugal deixou de “explorar” os brasileiros, de “roubar” o ouro “deles” e de cometer genocídio (!!!) sobre os povos indígenas lá dos sertões e das florestas amazónicas.
Estribados numa pretensa superioridade do Brasil e dos brasileiros em relação ao “colonizador explorador e torcionário”, essa alucinação rapidamente resvalou ainda mais para baixo, para uma forma de desprezo pelas reais origens daquele país, para a hostilização sistemática dos portugueses em geral e para uma verdadeira sanha persecutória quanto a tudo aquilo que mesmo se remotamente lhes cheire a “terrinha”. Este absurdo e insuportavelmente insultuoso preconceito está já estudado, se bem que mal, e dicionarizado, neste caso muito bem: lusofobia. Um tipo de racismo, portanto, como claramente denota o sufixo, um exclusivo que brasileiros dedicam a Portugal.
[‘Independência ou morte – 11.08.22]

Ah, pronto, cá está de novo a rapsódia do “colonialismo” dos portugueses, esses malvados que têm de pagar caro — e até ao fim dos tempos, se não mais — pela insuportável pesporrência de terem “colonizado” o 5.º maior país do mundo, o qual, de resto, até já existia antes da chegada dos ditos malvados. É que, segundo reza a Cristina, naqueles virginais e impolutos 8.510.345 Km² não há absolutamente violência alguma, tal coisa jamais existiu, o Brasil nem é um dos países mais violentos do mundo nem nada, fomos e somos nós que malignamente pecámos e pecamos ocultando a «violência da colonização portuguesa do Brasil». E não podia faltar à historinha, pois claro, o infalível, omnipresente “argumento” — que a Cristina põe na boca da criancinha — do ouro que os “cara” da “terrinha” foram lá “roubar”: «“Mostraram-se muito interessados no nosso ouro e prata”».
[‘Brasil colonizando Cristina’ – 07.03.23]

O que se há-de fazer? É uma fatalidade, um fado. O que mais há por aí é portugueses com “síndrome do colonizador”. A paranóia — ou obsessão ou monomania — está de tal forma arreigada no espírito do chamado “português médio” que dir-se-ia estarmos perante um caso evidente, iminente, perigosamente patológico; para o qual, aliás, dado o enorme número de afectados, não seria possível arranjar em tempo útil um contingente de psiquiatras e outros especialistas em afecções na caixa dos martelos, como carinhosamente diz o povo; ainda que se importassem uns quantos contentores cheios desses profissionais, nem pondo toda a indústria nacional a trabalhar 24 sobre 24 horas no fabrico de sofás seria possível deitar tantos pacientes a debitar suas lamúrias, expiando a “culpa” de Portugal por ter-se atrevido a fazer alguma coisa decente — o que para os padrões actuais da tugaria é absolutamente inadmissível, um pecado horrível.
[‘A “escravização” do Principado da Pontinha (e do Brasil, claro)’ – 01.08.23]

“A História que se aprende no liceu é uma História de brancos. Transmite-se uma ideia de superioridade europeia que é falsa. Quando digo aos meus alunos que eram os africanos que controlavam o preço no comércio de escravos, eles ficam de boca aberta”

Clara Teixeira
revista “Visão”, 15.10.23

Com a publicação de ‘Portugal na História – Uma Identidade’ (Temas e Debates, 640 págs., €24,90), João Paulo Oliveira e Costa, 61 anos, historiador e professor catedrático, quis reflectir e explicar a existência longeva de Portugal, um pequeno país do extremo da Europa que se mantém independente há quase 900 anos. A recente atribuição do Prémio John dos Passos 2023, criado para perpetuar a memória do escritor norte-americano de origem madeirense, foi o pretexto para uma entrevista com o autor da obra, que o próprio define como um ensaio historiográfico de geoestratégia. O debate e a polémica sobre os Descobrimentos, período no qual se especializou, e o papel dos portugueses na escravatura, também chamados à conversa, são para ele “uma perversidade” e “uma importação do que se passa nos EUA”. E também uma consequência do facto de se ensinar “uma História de brancos” nos liceus.

O que é este livro? Não é uma História de Portugal, no sentido clássico. São as reflexões de um historiador?
Um amigo disse que podia ser a minha obra de fecho. Sempre me interessei por História e sempre viajei com a História. Como especialidade, escolhi a história dos Descobrimentos e da expansão e, como professor e investigador, interessam-me as questões da identidade. O livro é um ensaio historiográfico de geoestratégia, para tentar perceber Portugal e a mim próprio, que sou português. É uma longa reflexão, feita ao longo de 50 anos de vida.

Que mensagem quis passar sobre a identidade dos portugueses?
Não quis passar nenhuma mensagem. Quis reflectir e demonstrar que somos um país profundamente europeu, e que nunca estivemos de costas voltadas para a Europa.

Somos um país de certa forma improvável, tendo em conta que estamos num canto da Europa e temos os espanhóis por vizinhos? Continue reading “Áfinau naum rôbáru nosso ôro, naum? Xiii, naum djiga!”