«Desdém, preconceitos e complexos» [por Paulo Martins]

A independência do Brasil ainda não está terminada, e eu nem sequer imaginava!

A propósito do dia da independência do “Brásiu”, a 7 de Setembro, o molusco presidente do dito país, L. I. Lula da Silva, proferiu uma afirmação absurda numa comunicação vídeo consagrada ao acontecimento.

Para lá da desconcertante falta de senso, a tirada suscita-me espanto devido à estranheza da proclamação! Diz o molusco, anteriormente condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além do envolvimento em outras caldeiradas já descritas no Apartado 53, que “a independência do Brasil ainda não está terminada”. A sério, 201 anos depois!? É de pasmar a admissão de tamanha apatia e notável inépcia demonstrada para a conclusão do processo, além da extrema inabilidade para construir um país independente! Parece-me claramente um exagero a independência não estar terminada passados mais de dois séculos.

Ainda que Lula aluda no seu monólogo a outras ideias consubstanciadas em pilares, a saber: democracia, soberania e união que, segundo ele, irão concretizar a tão postergada independência, a escolha de palavras é, no mínimo inapropriada, já que este – assevera a História – é um processo concluído, consolidado e verificável; se não, vejamos, o Brasil é independente desde 7 de Setembro de 1822 e, ainda que relativamente jovem, é um estado soberano e reconhecido como tal pela comunidade internacional. A construção de um país melhor e de uma sociedade mais justa e equitativa, pelo menos para mim, não se confundem com a independência efectiva e reconhecida desde 1822, como é o caso da brasileira. Que idiotice!

Lula da Silva “Doutor” Honoris Causa pela Universidade de Coimbra — Março 2011

Tudo isto aparenta ser mais um exercício da nada original, enfadonha e facciosa lengalenga vitimista da colonização portuguesa, repetida ad infinitum pelos brasileiros que, segundo estes (ainda que nem todos), causou tanto mal de que o “Brásiu” ainda padece e padecerá nos séculos vindouros e do qual nunca irá recuperar. Tudo por culpa de Portugal, what else, que não fundou nenhuma universidade no “Brásiu”, etc. etc. Já agora, não seria bom retirar a Lula da Silva o título de doutor Honoris Causa atribuído apenas por razões políticas pela Universidade de Coimbra, uma vez que foi condenado na justiça e cumpriu pena de prisão efectiva?

Mas, no que a independência do “Brásiu” diz respeito há, contudo, uma dimensão que Lula negligenciou na sua comunicação: a independência linguística, pela qual deveriam Lula e os brasileiros pugnar. Seria o culminar da tão adiada e inatingida independência brasileira.

O que a maioria dos portugueses já sabe, e que outros fingem não saber é que a língua falada e escrita no Brasil não é o português. Sim, repito, a língua do Brasil não é a Língua Portuguesa, é o brasileiro, brasilês, brasileirês, brasiliense, brasiliano, ou que lhe queiram chamar os brasileiros, mas português não é de certeza.

Historicamente, os brasileiros sempre demonstraram desdém, preconceitos e complexos relativamente à Língua Portuguesa, assim como também sempre manifestaram desprezo pela cultura portuguesa em geral, especialmente ao nível das elites. Não é demais relembrar a acção de Edgard Sanches, um intelectual e parlamentar brasileiro, proponente no Congresso Nacional brasileiro da alteração legislativa do nome da Língua Portuguesa no Brasil para língua brasileira. Infelizmente, por diversas vicissitudes, tal não sucedeu. A acção dessas elites consistiu em degradar e vilipendiar a Língua Portuguesa em terras brasileiras até chegar ao que ela é hoje: um dialecto (chamemos-lhe assim) caótico, cacofónico e agramatical, em suma um “favelês” brasileiro, uma língua já estruturalmente diferente da Língua Portuguesa! Que o diga o professor Ivo castro: “a separação estrutural entre a língua de Portugal, a do Brasil e a dos países africanos é um fenómeno lento e de águas profundas, que muitos preferem não observar.”

Sugiro que o Brasil deve lançar, isso sim, uma ofensiva diplomática para promover a língua brasileira no mundo e na ONU, em vez de se servir do nome da Língua Portuguesa para o fazer, contando ainda com a conivência da traiçoeira classe política e dirigente de Portugal, levando a cabo efectivamente uma política de independência linguística e nomear de uma vez por todas e definitivamente a língua que se fala e escreve no Brasil como “brasileiro” ou outra coisa qualquer. É minha convicção que aquilo que tem travado essa iniciativa é a crença de muitos brasileiros que, a partir do momento em que o “português brasileiro” passasse a ser apenas “brasileiro”, a sua língua não seria mais do que um crioulo afro-ameríndio, retendo apenas alguma vaga semelhança com o português, uma língua de raiz indo-europeia.

Seja como for, parece que a “descolonização linguística” está na moda, principalmente no que à Língua Portuguesa diz respeito. Sendo assim, porque não um impulso de independência linguística por parte do Brasil? Há algum tempo, uns quantos idiotas lembraram-se de propor a ideia tonta de organizar um colóquio subordinado à descolonização da Língua Portuguesa, tal como foi relatado aqui. E pasme-se, até já existe um dicionário da Língua Portuguesa “descolonizada”!

Por cá, seria da mais elementar higiene política o afastamento face a Lula da Silva e também face ao “Brásiu”, viu, uma vez que é plenamente independente, ainda que o “prêsidentchi dá República Fêdêrátchiva do Brásiu” o negue. É deveras insólita e incompreensível a paixão que Marcelo, Costa e mais alguns nutrem por um ex-presidiário, condenado pelos crimes acima descritos, sendo o AO90 um dos filhos deste “coito danado”. E ainda é mais insólita a maneira como defendem os interesses brasileiros, sacrificando alegremente os interesses portugueses. O recente périplo do presidente brasileiro pelos países de língua portuguesa mostra a esperteza e as manhas de Lula e os objectivos do Brasil relativamente ao espaço lusófono.

O que está em causa é o futuro da Língua Portuguesa e do país. Os resultados da brasilofilia doentia têm sido descritos e são perceptíveis quotidianamente por todos nós. Sei que a minha preocupação é também a preocupação de muitíssimos outros portugueses que não se conformam com o AO90 e toda a trama criminosa que lhe subjaz. Quanto à Língua Portuguesa, não a queremos vulgarizada, preferimos a qualidade em detrimento da quantidade de falantes. A falácia do “império linguístico de 300 milhões de falantes” ou coisa que o valha não passa de uma ilusão ingénua alimentada por interesses escusos.

Paulo Martins


A transcrição deste texto, remetido por e-mail pelo autor, reproduz exacta e integralmente o original, incluindo alguns links e o vídeo. Acrescentei alguns outros links e introduzi as imagens.

Para já é só um raspanete da Comissão Europeia…

Agora e desta vez como antes e desde sempre, diligentes funcionários do mistério dos NegóciosEstrangeiros, entretêm-se na sua ociosa militância com o intuito único de promover os interesses geo-estratégicos, políticos e económicos brasileiros — ainda que para tal haja que fazer ‘tabula rasa’ de quaisquer Tratados ou Acordos a que Portugal esteja vinculado enquanto Estado-membro da União Europeia. Sob a longa cauda da CPLP — uma efabulação totalmente inventada por alguns portugueses a soldo do Brasil — trabalha-se com entusiasmo nas Necessidades para resolver as necessidades do Brasil. De facto, caso vingasse a tese — por absurda hipótese académica — da livre circulação na CPLP (ou seja, de brasileiros em Portugal e daqui para toda a UE), então teríamos de sobrepor dois regimes de “livre circulação” que mutuamente se excluem: os negócios do Brasil (com a cidadania portuguesa automática?) e o Acordo de Schengen. [22.12.2019 – “O alçapão das Necessidades”]

Isto tinha tudo para descambar em desastre e, se de facto ainda não há notícia de mortos e feridos a lamentar, o futuro não se apresenta decerto nada risonho para angolanos, moçambicanos, guineenses e demais cidadãos das ex-colónias portuguesas em África e na Ásia. Naturalmente, vão atrás da designação da suposta organização supra-nacional sobre a qual, teoricamente, o “acordo de mobilidade” incindiria transversalmente, mas isso não é mais do que pura retórica para enganar “distraídos”. Ao fim e ao cabo, os cidadãos dos PALOP não passam — para os políticos envolvidos em tão sinistro plano — de meros efeitos colaterais, de um custo acrescido, se bem que insignificante, face à esmagadora maioria (nunca menos e muito provavelmente mais de 90%) dos recém-chegados. A suposta “comunidade de países” diz respeito apenas aos 27 estados sul-americanos e ao único estado europeu que “adotaram” o brasileiro como língua nációnáu. [14.04.23 – “Três mil e cem por dia“]

Porque fazem tal coisa? Haverá de facto uma relação directa — ou de causa e consequência — entre a “ponte aérea” em curso e a imposição manu militari da cacografia brasileira? Haverá mesmo um nexo de causalidade, um continuum (planeado até ao mais ínfimo detalhe, será?) entre o #AO90, a invenção da CPLP (1996), o “Estatuto de Igualdade” (ano 2000) e o “Acordo de Mobilidade” de 2021? [10.08.23 – As “contas certas” da desinformação]Corrigenda (do texto propagandístico do DN abaixo transcrito):

  • onde se lê “CPLP” leia-se CPLB
  • onde se lê “imigrantes da CPLP” leia-se imigrantes do Brasil
  • onde se lê “nacionais dos Estados CPLP” leia-se naturais do Brasil
  • onde se lê “nacionais do Brasil a liderar” leia-se nacionais do Brasil em esmagadora maioria (≥90%)

UE abre processo contra vistos CPLP em Portugal

A Comissão Europeia iniciou um “procedimento de infracção” contra Portugal por causa das novas autorizações de residência para cidadãos da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), lançadas em março passado.

Diário de Notícias”, Valentina Marcelino, 30.09.23

A Comissão “insta Portugal a harmonizar as disposições” destes vistos “com o direito da União Europeia (UE), considerando que “Portugal não cumpriu as suas obrigações no âmbito do regulamento 1030/2002, que estabelece um modelo uniforme para o título de residência para os nacionais dos países terceiros“.

Na notificação enviada à secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, este organismo considera que o “título de residência não está em conformidade com o modelo estabelecido” no regulamento europeu.

Além disso, é acrescentado, “tantos os títulos de residência como os vistos de longa duração para efeitos de procura de emprego aos nacionais dos Estados CPLP não permitem aos seus titulares viajar no espaço Schengen”.

Mais uma prova de que esquemas fáceis em matéria de imigração só dão asneira. Estamos a falar de milhares de pessoas, residentes do nosso país”, comentou na sua página de Facebook a especialista em Direito das Migrações, Ana Rita Gil.

Ao DN explicou que “o problema acaba por ser meramente formal, mas tem muita importância material: há um modelo único de visto de residência na UE. O da CPLP não respeita esse modelo. É um papel, literalmente. Ora, isso não era reconhecido pelos outros Estados Schengen – nem tão pouco o visto de procura de trabalho. Assim, estas pessoas não podiam usufruir do direito de viagem até três meses no espaço Schengen, reconhecido a qualquer residente legal nos Estados-Membros”.

Uma outra perita nestas matérias, que falou sob anonimato por se encontrar em funções judiciais, sublinhou ao DN que “o governo português criou mais um regime excepcionalíssimo dentro da Lei de Estrangeiros, na qual, são transpostas cerca de duas dezenas de directivas comunitárias, em completa contradição com as mesmas. Nem sequer comunicou á UE o modelo de documento que passou a emitir, sendo obrigatório informar os parceiros de todos os documentos nestas áreas. Como seria de esperar começaram a circular aos milhares na UE e os outros Estados detectaram, questionando Portugal. Esta notificação da Comissão é o resultado disso. Tem havido retomas a cargo de inúmeros cidadãos nestas condições, afastados de outros países europeus“.

Segundo o SEF, estes vistos serviram para regularizar até agora 151.575 cidadãos da CPLP (113 mil logo nos primeiros dois meses). Têm a duração de um ano, renovável por dois períodos sucessivos de dois anos e podem ser deferidos automaticamente, sem necessidade de deslocação presencial.

Quanto aos vistos de procura de trabalho, solicitados nos consulados portugueses, fonte oficial do ministério dos Negócios Estrangeiros revela ao DN que, até 19 de Setembro passado (última contabilização feita) tinha sido concedidos 14.500 destes títulos, com os nacionais do Brasil a liderar, seguidos dos cabo-verdianos e dos são-tomenses.

A autorização de residência para os imigrantes da CPLP tem um custo de 15 euros e a disponibilização deste documento em modelo electrónico demora geralmente 72 horas.

Além de Portugal, integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

[Transcrição integral, incluindo “links” (a azul), mas não os destaques do original.
Os “links” a verde e destaques a ‘bold’ são meus. Cacografia brasileira corrigida automaticamente.]

Document Security and Schengen Convention: Commission calls on PORTUGAL to align the provisions of their Community of Portuguese Language Countries (CPLP) Mobility Agreement with EU law

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Galego e Português, as duas margens de um rio

Fronteira Galiza-Portugal

Como galego, e portanto como pessoa com experiência própria e histórica no que diz respeito a como um estado pode ser lingüicida, muito poderia dizer sobre o tema que (infelizmente) nos preocupa. De facto, foi esse estado castelhano-espanhol o que mudou de estratégia (NÃO de objectivos) há algo mais de 30 anos, “tolerando” uma cooficialidade hipócrita da nossa Língua na Galiza enquanto continua a sua minorização em todos os âmbitos oficiais e, portanto, na sociedade. Na seqüência dessa mudança de estratégia, a nossa Língua viu-se obrigada a vestir a farda ortográfica castelhana, e assim seguimos até hoje, com a degradação e deturpação que é fácil de imaginar. Daí que, ‘mutatis mutandis’, acho poder compreender o que estão a viver em Portugal os portugueses que amam a sua Língua e não a querem ver manipulada e abandalhada por infames critérios (economicistas, de baixa política e outros igual de inconfessáveis). [AO90: «Aldravice elevada a dogma» [Bento (Galiza), correspondência]]

Entender e perceber todas as dimensões da situação que hoje atravessa o português na Galiza exige um conhecimento sequer sucinto, da sua história. Recuemos pois ao século V, quando Roma, enfraquecida, abandona os seus domínios no leste peninsular. Da desagregação do Latim falado surgiu o idioma que hoje, com as suas variantes a todo o longo da faixa atlântica peninsular, ainda nos une aos que nela vivemos a jeito de vínculo sagrado pela história. Nessa Língua deu Galiza à cultura europeia medieval a grande achega da poesia lírica e satírica dos cancioneiros: e, dentro da primeira delas, está esse tesouro originalíssimo das Cantigas de Amigo, postas sempre em boca de uma mulher e cheias da emoção e delicadeza-tão condizentes com a alma galega. São temas e estilos bem diferentes aos dos coevos cantares de gesta da épica castelhana, testemunhas de um povo e um carácter rudes e belicosos, alheios ao afecto, lirismo e ternura presentes na alma galega. Tanto é assim que até no século XIII, quando já na Galiza o vigor da sua cultura declinava pela perda da sua independência política e a sua vinculação a Castela, o próprio rei Afonso X, o Sábio (em cujo reinado se cria a prosa literária e científica castelhana em detrimento do galego), fará a última grande contribuição à lírica da nossa Língua: a recompilação das Cantigas de Santa Maria, de algumas das quais é possível fosse autor, compêndio da lírica sacra galego-portuguesa e, paradoxalmente, momento a partir do qual começa a agonia literária do nosso Idioma na Galiza. [Galiza: ontem e hoje de um genocídio linguístico – II [por Bento S. Tápia]]

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«Requiem pela Língua Portuguesa» [por Francisco João da Silva]

Requiem pela Língua Portuguesa

Ao CAVALO DE TRÓIA (1) que é o “acordo” ortográfico (1ª tentativa em 1986 e a 2ª em 1990) seguiu-se (2) em 2000 o chamado TRATADO de AMIZADE entre PORTUGAL e o BRASIL, dois actos eminentes políticos implementados concomitantemente (3) com o REPOVOAMENTO POPULACIONAL de Portugal, eufemisticamente chamado “CRÉDITO MIGRATÓRIO”!

Continuar a lutar e a bater unicamente na tecla “vertente linguística” não levou até hoje a nenhum resultado tangível, desde 1990 até 2023, isto é, há já 33 anos!

Versão condensada publicada no blogue Apartado 53
Versão completa disponível nesta hiperligação:
https://docs.google.com/document/d/1U4QIc1YZONehtN1m_jRf7zGMV4ERowRpx7C8PtnsjD4/edit

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A estratégia das castas políticas, misturada de trafulhices no que respeita às datas dos respectivos instrumentos de ratificação do Tratado Internacional AO-1990 enviados ao país depositário, ainda não foi bem compreendida por muitos portugueses incluindo aqueles que lutam pela RESTAURAÇÃO da LÍNGUA PORTUGUESA em Portugal! Só depois dessa estratégia política ter sido bem assimilada e estar perfeitamente clara para todos os portugueses é que os três pontos acima referidos, serão apreendidos pelo que são na realidade: são decisões políticas que estão relacionadas estreitamente entre elas e a única maneira de serem derrubadas é combatê-las doravante da mesma maneira que foram impostas: politicamente!

A casta política detém todas as alavancas do poder, ela apoderou-se do aparelho de Estado há já muito tempo e o regime consequentemente instaurado é claramente também o de uma ditadura ortográfica. O regime dispõe até da sua própria língua, um dialecto estatal , uma “novlíngua” orweliana, que lhe é própria e é, apenas praticada em Portugal, é o tal “acordo “ortográfico AO-1990! A sua revogação só pode ser feita, evoluindo da luta linguística contra o acordês, para outras formas de luta política, complementando-as com acções judiciais.

Esses três elementos principais são os que constituem a Agenda Oculta a ser implementada pelas duas castas políticas cúmplices, dos dois lados do Atlântico, cujo objectivo a médio prazo é o de eliminar a LÍNGUA PORTUGUESA internacionalmente (já actualmente com algum sucesso, linguística e culturalmente falando) para que possa ser substituída pela sua variante brasileira (a futura língua brasileira). Para evidenciar o que precede, citarei José Manuel Diogo, Director da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira que afirma públicamente numa entrevista no dia 8 de Fevereiro de 2023, à Folha de São Paulo «(Brasil) que o “ Português do Brasil “ é verdadeiramente uma língua oficial de Portugal “, o que dispensa qualquer comentário.

Mais pormenores nestas hiperligações :

https://zap.aeiou.pt/portugues-brasil-lingua-oficial-portugal-521192

https://apartado53.com/2023/02/18/connect-the-dots/

https://apartado53.com/2023/02/17/que-lhes-faca-bom-proveito/

Segue mais abaixo outra prova sobre a eliminação em curso da LÍNGUA PORTUGUESA substituída a nível internacional pela sua variante brasileira. Há inúmeros exemplos destes. Até a Bandeira Nacional de Portugal foi substituída pela do Brasil. O mesmo NÃO sucedeu com a Bandeira da Espanha. Comprovem aqui: https://www.stopworldcontrol.com/?inf_contact_key=b8e264d08599f0daecad25d1009d5f06d18a532c4142cb79caf2b269de1401fa

O vídeo é igualmente falado na variante brasileira do português, assim como a redacção do texto, comprovem aqui: https://stopworldcontrol.com/pt-br/dellasuno/

Na versão completa deste artigo, que estão agora a consultar podem inteirar-se de como as duas castas políticas cúmplices estão a tentar transformar ( já com algum sucesso, linguística e culturalmente falando) a NAÇÃO PORTUGUESA, com quase 1.000 anos de existência, no 28º Estado da República Federativa do Brasil!

Uma das formas, dito melhor, um dos mecanismos políticos muito bem encapotado é o tal Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil”, igualmente conhecido pelo nome de “Estatuto de Igualdade, ou de Amizade“ e que revoga o de 1972.

Uma outra dessas formas, efectuada de maneira bem disfarçada é o REPOVOAMENTO de Portugal através de uma substituição populacional, ou seja uma “COLONIZAÇÃO INVERTIDA” sobre a qual até já se fala subtilmente em público, como se pode constatar neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=UgySUABfWmU e aqui igualmente.

A terminologia usada pela união dita “europeia” como já referido acima, é uma horrorosa metáfora quando se fala de “CRÉDITO MIGRATÓRIO”, que é igualmente uma política mundialista. Na versão completa deste meu artigo, faço apenas duas perguntas.

A primeira pergunta que ocorre é: como é que foi possível que o Tratado, assinado em 2000, ou seja há mais de 22 anos seja tão pouco conhecido dos portugueses, pouco ou nada citado pela Imprensa (que eu saiba) e que eu, como decerto milhares ou mesmo milhões de portugueses, nunca ouvimos falar desse tal Tratado, com imensas implicações e consequências que estão muito longe de serem boas ou favoráveis para Portugal?

A segunda pergunta deriva da constatação de uma discriminação feroz, primeiramente de Portugal (leia-se do regime actual) que, cobardemente (será?) aceitou vergar-se aos interesses do Brasil, agindo consequentemente contra os outros 6 (seis) países membros da CPLP, que aparentemente não reagiram (tanto quanto eu saiba).

O silêncio destes países é, portanto, ensurdecedor! E porquê? O que é que isto esconde ou significa? Não será a continuação da lenta agonia da Matriz da Língua Portuguesa?

Convida-se, portanto, o Povo Português a enviar os seus pêsames e participar no já longo VELÓRIO em BELÉM. A IRONIA nem sempre faz sorrir, por vezes é triste.

As castas políticas são apátridas, por definição. Quando a maioria dos portugueses compreender isso já será demasiado tarde, mas nem tudo estará perdido. A liberdade, a justiça, a resistência fazem parte da dignidade humana e jamais foram vencidas definitivamente. Quanto à substituição da LÍNGUA PORTUGUESA pela sua variante brasileira, é-me difícil continuar a ser optimista, se a hipnose colectiva do Povo Português não for também eliminada!

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Artigo da autoria de Francisco João DA SILVA, Membro Fundador do Movimento em Prol da Língua Portuguesa (MPLP).

Contacto : restauracaolingua.portuguesa2011@yahoo.com

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Versão completa disponível nesta hiperligação:

https://docs.google.com/document/d/1U4QIc1YZONehtN1m_jRf7zGMV4ERowRpx7C8PtnsjD4/edit



A transcrição deste texto, remetido por e-mail pelo autor, reproduz exacta e integralmente o original, incluindo imagem, pontuação, destaques a “bold”, realces em maiúsculas, sublinhados e links.

Nas Jezik [por Rui Valente]

Há dias, numa conversa caseira, fui testemunha da enorme influência que a cultura inglesa exerce sobre os mais novos. Ao contar a história de um amigo que se candidatou a um emprego, o meu filho tropeçou no vocabulário — só lhe ocorria qualquer coisa à volta de “aplicou-se para”, numa clara influência do Inglês “to apply for”.

Vem isto a propósito da polémica em torno da enorme pressão a que está actualmente sujeito o Português Europeu, em risco de se descaracterizar completamente por força da enorme penetração de conteúdos brasileiros no nosso país — uma tendência que tem como expoente máximo o fenómeno Luccas Neto.

Embora afecte particularmente os mais novos, esta “brasileirização” está em todo o lado. Nas crianças, é assustadora — no curto espaço de uma geração corremos o risco de ver toda a estrutura do Português Europeu desaparecer, dando lugar à (des)ortografia, à construção frásica, ao vocabulário e até ao sotaque brasileiros. Mas também existe nos adultos, embora de forma mais subtil, muitas vezes sem que os próprios se apercebam. Veja-se, por exemplo, dois artigos consecutivos de Ana Cristina Leonardo no PÚBLICO: no artigo do dia 28 de Janeiro denuncia, e bem, o Acordo Ortográfico, estabelecendo uma ligação entre a sua influência e a crescente estupidificação da campanha eleitoral. Na semana seguinte, num outro texto, referindo-se a uma aplicação para telemóvel, a mesma autora dá preferência ao termo “aplicativo” (em Português de Portugal: aplicação).

Estranhamente, parece haver, entre os “influenciados”, quem desvalorize esta influência brasileira — a começar pelos pais das próprias crianças. Por um lado, dizem, essa influência sempre existiu. É anterior às próprias telenovelas brasileiras e nunca veio daí mal ao mundo. Por outro lado, acrescentam, não é pior do que a influência do Inglês. Há até quem diga que é melhor, referindo-se aos termos ingleses como “estrangeirismos”. Como se “aplicativo” e outras expressões similares não tivessem origem, também elas, noutro país.

Não é fácil desmontar este raciocínio porque a argumentação tem um fundo de verdade. Sim, a influência brasileira sempre existiu. Mas também sempre existiu entre todas as Línguas, em maior ou menor grau. Em larga medida, é desta forma que as Línguas evoluem.

A relação entre as Línguas do mundo sempre foi fluida. Quaisquer duas Línguas estão, ao mesmo tempo, a aproximar-se e a afastar-se, embora o saldo natural deste movimento seja sempre favorável ao afastamento. Português e Inglês, por exemplo, aproximaram-se no momento em que ambas escolheram a palavra “internet” para definir “rede informática à escala global”. Mas a tendência natural é a do afastamento.

Qual é então o problema da influência brasileira? Desde logo, há o facto de essa influência estar a acontecer em doses industriais. Mas, acima de tudo, estamos perante uma influência que não ocorre de forma espontânea. Pelo contrário, tem um cunho forte de imposição, pela aplicação da lei do mais forte. A influência do inglês, por grande que seja, não ameaça a nossa identidade — o meu filho jamais tentará convencer alguém de que “aplicar-se para um emprego” é uma expressão portuguesa. Pelo contrário, no caso da influência brasileira, há um risco real de termos de “debater” com terceiros a propriedade de expressões como “registro”, “econômico” ou “pantorrilha”.

Com a influência brasileira, hoje em dia, e residindo eu em Portugal, já tive de preencher formulários de “registro” numa actividade. Na internet, pedem-me que me “cadastre”. E, numa consulta a uma empresa portuguesa, recebi uma proposta para a realização de um estudo “socio-econômico”.

O que é que isto tem que ver com o Acordo Ortográfico? Tudo.

Na era pré-acordo, não passaria pela cabeça de ninguém, numa empresa portuguesa, escrever a um cliente uma carta em Português do Brasil.

Mas imaginemos, por absurdo, que isso acontecia. Qual seria a minha reacção? Sem o Acordo Ortográfico, o meu raciocínio só podia ser um: por alguma razão que não compreendo, uma empresa decidiu escrever-me em Português do Brasil. E, com um encolher de ombros, seguiria em frente.

Na era pós-acordo as fronteiras desapareceram. Pode muito bem acontecer que quem me escreve em Português do Brasil esteja convencido — e a tentar convencer-me — de que o faz em “Português”, um Português “universal” que dizem existir agora e que mais não é do que Português do Brasil.

Com a imposição do Acordo Ortográfico estamos, portanto, perante mais um fenómeno de engenharia social, de cariz eminentemente político, em que a Língua é usada não como meio de comunicação mas como forma de construir — ou destruir — identidade.

E, como sempre, quando a política mete as mãos na Língua — seja por estratégia geo-comercial, seja por conflito étnico ou religioso, seja por absoluta falta de senso — as consequências não são boas. Regra geral, acontece uma de duas coisas: a substituição forçada de uma Língua por outra, ou a criação de duas Línguas “diferentes”. Veja-se o caso do Bósnio, do Sérvio e do Croata. São apenas variantes do Servo-Croata, perfeitamente inteligíveis entre si. No entanto, num cenário de pós-guerra na ex-Jugoslávia, Bósnia-Herzegovina, Croácia e Sérvia entenderam por bem sublinhar as pequenas diferenças existentes, apresentando-as agora como três Línguas distintas. É frequente encontrar-se cartazes “triligues” onde se vê a mesma coisa escrita três vezes, sendo que a única diferença é que o Sérvio, que também pode ser escrito com caracteres latinos, está geralmente escrito em cirílico. São experiências “contra-natura” que tendem a correr mal: na Croácia, a legendagem de filmes Bósnios foi abandonada depois de ter sido ridicularizada e as pessoas da região, independentemente da sua origem, limitam-se a usar a expressão “Nas Jezik” (a nossa Língua) quando se referem ao idioma que usam.
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