Um charco “infeto”

Filho de Marcelo envolvido no negócio ruinoso da Santa Casa no Brasil

«O filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, aparece ligado a um negócio controverso da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Brasil, depois das suspeitas de “cunha” no caso das gémeas luso-brasileiras.»

«Nuno Rebelo de Sousa terá tentado marcar uma reunião entre a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e o presidente do Banco de Brasília no âmbito da iniciativa de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para o Brasil.»

«A SCML investiu 20 milhões de euros para expandir os jogos sociais a Brasília, capital do Brasil, numa parceria com o Banco de Brasília, mas não teve quaisquer receitas.»

(…)

“ZAP”, 16.12.23

“O investimento no Brasil é que permite que a TAP ainda exista. Foi o melhor investimento que a TAP fez em 50 anos”: Lacerda Machado

«Em causa está o negócio de manutenção no Brasil, que tem sido muitas vezes apontado como um negócio ruinoso»

«Diogo Lacerda Machado defendeu que foi o investimento da TAP no negócio da manutenção da Varig/VEM no Brasil que “viabilizou a sobrevivência” da companhia aérea. A posição foi assumida na audição do antigo administrador na comissão parlamentar de Economia.»

«“Aquilo que viabilizou a sobrevivência durante 15 anos foi o Brasil. E o que permitiu que a TAP se tornasse a maior operadora estrangeira no Brasil foi a VEM. Não havia TAP se não tivesse havido investimento no Brasil”, afirmou.»

(…)

“CNN Portugal”, 09.05.23

A Operação Marquês e os negócios (ruinosos) da PT no Brasil

«O negócio da compra da Oi pela PT é uma das chaves da Operação Marquês. Estes são os bastidores e os detalhes de uma história que cruza Salgado, Sócrates e aquela que foi a maior empresa portuguesa.»

(…)

«Se em 2010, na véspera de um acordo com a PT, a Oi era considerada por Salgado como uma empresa de “grandíssimo potencial” que permitiria atingir o objectivo crucial de a empresa portuguesa permanecer no Brasil depois da venda da participação na Vivo à Telefónica, hoje Salgado considera ruinoso o negócio que tanto apoiou e que foi igualmente apadrinhado e promovido por José Sócrates e Lula Silva.»

(…)

“Observador”, 19.01.17

Fundo de Pensões para negócio ruinoso no Brasil

«90 milhões das pensões da Portugal Telecom foram perdidos no Brasil. A investigação acredita que Ricardo Salgado inspirou a operação, na qual tinha um interesse escondido. »

«A Portugal Telecom usou irregularmente 90 milhões de euros do seu Fundo de Pensões para se envolver, em 2010, num negócio ruinoso no Brasil.»

«O ‘cérebro’ do esquema terá sido Ricardo Salgado, com a ajuda do então primeiro-ministro José Sócrates.»
«Esta é a conclusão para que apontam os responsáveis judiciais da Operação Marquês.»
«O negócio começou na venda da participação da PT numa próspera empresa brasileira de comunicações telefónicas móveis, a Vivo, e acabou na aplicação de parte dessas mais-valias na compra da Telemar/Oi, especializada numa rede de telefones fixos – uma actividade em vias de se tornar residual devido à mudança de hábitos dos utentes.»

(…)

“Sol”, 10.07.17

Estas são quatro amostras, apenas alguns dos “negócios da China que — invariavelmente à custa dos contribuintes portugueses e sempre em benefício de interesses brasileiros — têm sido cozinhados à sombra da “língua universau” desde a imposição manu militari do #AO90 a Portugal e aos PALOP.

Muitos outros roubos e vigarices avulsas pode qualquer um verificar, bastando para o efeito algum trabalho de pesquisa através de qualquer “motor de busca”, desde que inclua critérios de pesquisa tão edificantes como, por exemplo, “negócio ruinoso”, falência, fraude, investimento ou “tráfico de influências”; isto, bem entendido, desde que as constantes sejam sempre “Brasil” (ou brasileiro/s) e “Portugal” (ou português/portugueses); para maior especificidade na obtenção de resultados, a busca poderá envolver ainda instâncias do poder político tuga (Governo, Presidência da República, Parlamento, instituições várias) e também os do lado de lá (Presidência, Senado, empresas privadas etc.).

Os resultados, pela profusão e diversidade das golpadas e dos golpistas envolvidos, com ramificações em áreas tão diversas como as editoras ou a indústria da defesa (militar), poderão surpreender aqueles que, talvez por serem muitíssimo “distraídos”, ainda não entenderam bem o que de facto é a tal “língua universau” e para que serve o “acordo cacográfico”, bem como os acordos subsequentes.

Novas palavras no porrtugueiss univérrsau

O Brasil acaba de rever o “vocabulário ortográfico” da “língua”; segundo afiançam os próprios, a começar pelo sumo pontífice da santa madre igreja da língua universáu, D. Bechara I, esta nova edição do seu VOLP “reflete” a “atualização”… da Língua Portuguesa. Assim, de chofre. Como um escarro.
[postNova edição do “Vocabulário Ortográfico” da língua brasileira“]

A afirmação do Supremo Tribunal Federal brasileiro é lapidar e mais uma vez se confirma: «apenas a União pode alterar as regras da Língua Portuguesa». Referindo-se “União”, como é evidente, à designação que institucionalmente naquele país se utiliza para referir a República Federativa do Brasil. No que respeita à expressão “língua portuguesa”, na mesma frase, é igualmente evidente que se trata de apropriação abusiva da designação para fins de promoção política da língua brasileira.
[postBrasileiro foi língua líder em exame de acesso a universidades dos EUA em 2023“]

As duas notícias agora transcritas, ambas brasileiras, referem-se aos mesmos “fatos” mas envergam fatos diferentes.

Na primeira, pretensamente mais informal, tenta-se fazer passar a ideia de que as novas “incorporações” são “mais de uma centena” — e citam nove casos específicos –, enquanto que o segundo texto refere expressamente tratar-se de «milhares de novas palavras que foram incorporadas à Língua Portuguesa», exemplificando com 15 dessas novas entradas no VOLP.

Apenas com má-fé poderá alguém persistir ainda na peregrina ideia de que estes novos ditames da ABL diferem seja em que medida for das imposições anteriores. A lógica subjacente ao #AO90 — o plano de terraplanagem cultural, linguística, histórica, identitária — está agora a revelar-se de uma forma absolutamente evidente… e é tudo. A apropriação da designação “língua portuguesa” (ou “português”) para fins político-económicos e geoestratégicos servem exclusivamente os interesses (neo-imperialistas) do Brasil e a ganância de meia dúzia de lacaios brasileiristas portadores de passaporte português.

A propalada “língua universau” não passa, afinal, da imposição a Portugal e PALOP do crioulo brasileiro, o que aliás seria mais do que previsível; bastaria para o efeito ter lido o texto do “acordo” de 1990, os seus pressupostos e “objetivos”, para com a maior das facilidades concluir esta ridiculamente comezinha evidência.

Apenas sucede que agora, julgando estar consumado o “fato” — sob o chicote da desinformação avençada e com a consequente aquiescência bovina das “massas” amorfas –, já nenhum acordista, nem os brasileiros nem os tugas ao serviço do Itamaraty, se dá ao trabalho de sequer tentar disfarçar, encobrir as sucessivas golpadas previstas no plano de anexação do 28.º Estado.

Estas “novas palavras que se tornaram oficiais” tornam-se automaticamente oficiais também no mais recente Estado da República Federativa do Brasil: a designação da língua é deles, portanto é deles a língua, logo, eles fazem com ela o que lhes der na real gana.

Veja algumas novas palavras que se tornaram oficiais na Língua Portuguesa

Por: Kimberly Caroline
www.terra.com.br, 21.12.23

A Academia Brasileira de Letras (ABL), que incluiu mais de uma centena de palavras ao dicionário oficial nos últimos tempos, atualizou novamente o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) com termos que estão em uso, mas não eram até os dias de hoje considerados oficiais, como é o caso de “deletar“.

O termo “deletar um arquivo de computador” não é mais um jargão de quem lida com informática. Agora, ele passa a ser aceito como uma palavra da língua portuguesa escrita no Brasil. “Deletar” faz parte de um conjunto de cerca de 6 mil novas palavras incluídas na recente edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

Coworking foi outra palavra adicionada ao vocabulário e descreve a modalidade de trabalho estabelecida em um ambiente compartilhado por empresas, geralmente startups de tecnologia. É uma junção de “co”, de colaboração, e “working”, que significa trabalhar. Ou seja, é o modelo ou espaço físico compartilhado por empresas.

Além de reconhecidas, as novas palavras passam a ter uma grafia oficial definida. Agora é possível “deletar um arquivo” e “assistir a uma teleconferência”. Também foram incluídos termos como “Internet”, “scanear” e “mouse”, entre outros da informática.

Eles se somam às 400 mil palavras catalogadas na primeira edição do vocabulário, de 1982. Diferentemente de um dicionário, que se preocupa em explicar o significado de uma palavra, um vocabulário apenas lista as palavras. Seu objetivo é consolidar a grafia delas (o modo como são escritas), classificá-las segundo o gênero (masculino ou feminino) e categoria morfológica (substantivo, adjetivo etc.). É também um instrumento normatizador oficial, por ter sido feito pela Academia.

  1. Bibliosmia: atração pelo cheiro que o interior dos livros exala, especialmente os antigos. A palavra também pode significar apenas o ato de cheirar livros.
  2. Azeitólogo: pessoa especializada em azeites e na sua criação, com conhecimento científico e técnico do processo de criação das azeitonas até a produção do azeite. O especialista também tem conhecimento da conservação e dos sabores do produto.
  3. Etarismo: preconceito contra pessoas exclusivamente baseado em suas idades, especialmente praticado por pessoas mais novas em relação a idosos. Também chamado de idadismo, essa discriminação pode ser verbal e física.
  4. Feminicídio: crime de homicídio praticado contra mulher decorrente de violência doméstica, familiar, por motivo de menosprezo ou discriminação de gênero. A violência se caracteriza como feminicídio quando sua motivação seja a discriminação contra mulheres.
  5. Gordofobia: repúdio ou preconceito a pessoas gordas, que se manifesta em atitudes, falas e representações negativas. A palavra é utilizada na mídia há alguns anos, porém integrou formalmente a língua portuguesa somente em 2020.
  6. Logar: ato de se conectar a um site, sistema, programa de computador ou rede eletrônica. A palavra tem origem do inglês, de fazer login, que significa se conectar. O processo inclui informar o nome de usuário e a senha pessoal na máquina para ser concedido acesso.
  7. Nomofobia: se refere ao medo patológico ou transtorno psicológico ocasionado por ficar sem celular, ou dispositivos de tecnologia similares. A condição se manifesta na dificuldade de ficar distante ou desconectado dos aparelhos ao longo do dia.
  8. Poke: o prato de origem havaiana fez tanto sucesso no Brasil que ganhou um lugar no dicionário de português. A palavra, que significa “cortar” em um dos dialetos do Havaí, é usada por aqui para se referir à combinação de arroz japonês, peixe cru cortado em cubos, óleo de gergelim, cebolinha, cebola, frutas e outros ingredientes.
  9. Streaming: usada para designar a transmissão de filmes, séries, podcasts, músicas e jogos de um servidor principal para um dispositivo. A palavra passou a ser mais utilizada durante a pandemia e se tornou parte do vocabulário oficial brasileiro recentemente.

* Sob supervisão de Lilian Coelho

[Transcrição integral. Destaques e “links” meus.]

15 novas palavras que se tornaram oficiais na Língua Portuguesa

A edição mais recente do Volp, 6ª, reuniu milhares de novas palavras que foram incorporadas à Língua Portuguesa. Confira algumas delas em nossa matéria.

Por Bruno Destéfano
Concursos no Brasil
Publicado em 15/12/2023

A Língua Portuguesa, diferente do Latim, está viva e em constante movimento. Incorporamos novas palavras em nosso vocabulário de maneira orgânica, conforme novas tendências de comportamento aparecem e se consolidam no imaginário brasileiro. Continue reading “Novas palavras no porrtugueiss univérrsau”

«A ignorância não mata mas induz em erro»

«Eça gostava do Brasil mas non troppo. Não tenhamos muitas ilusões quanto a isso. Eça escrevia para o Brasil porque precisava de arredondar o salário.»
[Carlos Reis, “Público”, 11.04.15]

https://www.talk2travel.com/en

A citação acima foi proferida pelo oficioso grão-mestre da grande loja brasileirista em Portugal, e o texto transcrito em baixo é de um se calhar ilustre mas totalmente desconhecido nacionalista nascido no Brasil.

Entre um e o outro “irmãos” — um laço com algo de redundantemente familiar, convenhamos –, a única diferença perceptível é a nível de estilo: o primeiro tem algum, se espiolharmos com boa vontade o que diz e escreve, enquanto que o segundo deles, coitado, não tem estilo algum — é assim uma coisa que coiso, de economista.

Porém, exceptuando o estilo e a sua ausência, qualquer deles poderia ter escrito a “peça” agora publicada no DN.

Note-se, um pouco ao acaso, tal é a profusão de textos (e livros e “tudo e mais não sei quê”) com que o tal Reis nos tem brindado idolatrando o Brasil, o naco de prosa que deu à estampa nos idos de 2011:

«Decorre daqui uma outra questão, bem mais controversa e potenciadora de conflitualidade: a que consiste em postular a existência de um idioma brasileiro, também ele autonomizado em relação à matriz linguística que é o português, enquanto língua de difusão e implantação colonial.»
«Não posso aqui entrar na problematização desta tese. O que digo é que esta é uma questão com gente implicada, a gente que vive a língua como eixo de afirmação identitária, às vezes com forte orientação nacionalista. Nos últimos tempos – e curiosamente sobretudo do lado de cá do Atlântico – acentuaram-se as manifestações desta deriva que traz consigo uma perturbadora controvérsia. O Acordo Ortográfico é o cavalo de Troia[sic] que no seu bojo transporta tão melindrosa confrontação, mal disfarçada nos debates inflamados que ele[sic] tem suscitado. Porque é disso mesmo que se trata, de uma confrontação intercultural que, com base num bem conhecido texto que adiante reencontraremos, bem pode adotar[sic] o seguinte lema e motivo de análise: a ortografia também é gente.»
[Carlos Reis, “A ortografia também é gente. Falar como os brasileiros ou com os brasileiros?”, ‘Letras de Hoje’, Porto Alegre, v. 46, n. 4, p. 89-96, Out./Dez. 2011]
[post
Ensaio sobre a Pepineira”, 26.05.21]

A julgar pelo tipo de paleio um pouco hesitante, ressalta que naquela época ainda estava em fase de lançamento o plano de terraplanagem cultural — linguística, histórica, identitária — que hoje em dia alguns fazem questão de impingir como “fato” consumado.

Apartes à parte, abreviemos, é do andamento actual do dito plano que vem este tal Jonuel, de sua graça, dar conta, escarrapachando convictamente as “ideias” e utilizando profusamente os mesmíssimos chavões modernaços da confraria.

Quais gémeos paridos por mães diferentes, Carlos e Jonuel comungam da sua fé inabalável nos milhões do Brasil e, por conseguinte, na língua universau brasileira, visto ambos crerem piamente – o “especialista em estudos queirosianos” e o economista — num fundamento muito pouco vagamente nazi: os mais fortes têm o direito “natural” de exterminar os mais fracos, porque aqueles estão em esmagadora maioria e estes não passam de uma desprezível, logo, descartável minoria.

A forma brasileira da língua

Jonuel Gonçalves
www.dn.pt, 18.12.23

No Brasil, o português fala-se com açúcar, disse Eça de Queiroz, que viveu uns tempos no Rio de Janeiro. Eu acrescentaria “com café, cachaça, água de côco, sol e chuvas torrenciais”. O torrencial tem alto valor simbólico das torrentes e correntes libertadoras, opressoras ou os choques formatadores entre ambas.

Passou fronteiras e hoje dos 240 milhões de pessoas que têm o português como língua materna, 210 milhões são brasileiras.

Como acontece com outras línguas, o produto local não ficou pela imitação ou aceitação de normas e estilos vindos da origem ou do passado. Criou nova música na fala e novos roteiros na escrita, sabendo que exagero em falar com eloquência vira ridículo e é pelas ruas, estradas, rios, festas, etc. que se fixam sons e sinais de comunicação geral.

É aqui que entra o sol, açúcar, café, água de côco e cachaça: cria palavras, muda palavras, determina gestos corporais, promove ritmos e segredos no ouvido. A mudança de palavras não é só comportamento brasileiro, é universal, inclusive na língua portuguesa brasileira. Brasil se pronuncia Brasiu, como em regiões de Portugal, vaca se pronuncia baca.

Mesmo assim, é comum na sociedade portuguesa considerarem que “os brasileiros falam errado”, consideração também feita em pequenas camadas sociais de topo nos PALOPs, enquanto ocorre exatamente o oposto na população suburbana, sobretudo de Angola. Os mais radicais daqueles comentários chegam a dizer que “aquilo não é português“. Se tiverem razão, o Brasil terá de designar sua língua nacional como Brasileira, ficando, então a Portuguesa com 30 milhões de falantes.

Há dias vi um blog brasileiro intitulado lusobrasilfonia.

O português falado no Brasil deu lugar a uma formidável base cultural, talvez a maior realização do país, responsável por representar mais de 40% da superfície sul-americana e ferramentas culturais mundialmente procuradas, como literatura, música, cinema e outras artes ou técnicas visuais. Basicamente nos 200 anos de Estado independente (na realidade um pouco menos).

Tem gente que não gosta dessas ferramentas e dessa continuidade, gerando sentimentos bipolares nas relações entre componentes da CPLP, enfraquecendo o alcance desta. A presença de 400 ou 500 mil brasileiros em Portugal dá lugar a um dos polos – rejeição. A Europa entrou em perigo de encolhimento demográfico, precisa de migrantes para manter equilíbrio de contas, mas é agressiva com os migrantes. Houve algo semelhante nos Estados Unidos em finais do século XIX e começo do XX com migrantes europeus (o trumpismo do “America first” tem longa história), não na América Latina, onde aconteceu até os imigrantes terem mais oportunidades que largas faixas da população local.

A ignorância e a discriminação nos critérios, conduz a começos de xenofobia. Assim, a queda de um governo na Europa é crise, se for no Brasil é mais uma bagunça ou, como bagunça é expressão brasileira, prova de “inferioridade”. Há pouco tempo ouvi de um intelectual português – com apoio no seu círculo de amizades – em tom de ofensa, que o Brasil “é um pantanal”, pensando que o Pantanal do centro-oeste brasileiro e dois países vizinhos é uma sequência de pântanos e não Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, pela UNESCO, cerca de 200 mil quilômetros quadrados de superfície, com três milhões de habitantes e um agro-alimentar decisivo nas trocas internacionais.

A ignorância não mata mas induz em erro. É o que se passa em algumas áreas falantes de português sobre a forma da língua no Brasil e a irradiação de vários componentes dessa forma que, no entanto, assim continuará criativamente.

Jonuel Gonçalves – Economista

[Transcrição integral, na cacografia original do autor brasileiro.
Destaques e “links” meus. Corrigi num caso a palavra
“portuguesa” pela designação correcta.]

A atávica fixação de alguns tugas pelo “gigante” brasileiro, por um lado, aliada à profunda arrogância — com laivos de pura brutalidade, de que resulta a não menos aberrante lusofobia — de alguns brasileiros para com a “terrinha”, ambos os fenómenos contribuíram para que a oligarquia brasileirista tenha não apenas “adotado” oficialmente a língua brasileira como também estabelecido as bases políticas para transformar Portugal no 28.º Estado da República Federativa do Brasil.
[post Línguas e Alfabetos: 5. Impérios e imperialismos“]

Imprensa brasilesa [2]

Ricardo Cabral Fernandes

@CabralFernande5

É preciso ter muito descaramento para se anunciar cheia de felicidade um novo jornal com o mesmo grupo que está a despedir entre 150 a 200 trabalhadores, a maior parte jornalistas, em 12 OCS. “O chefe anunciou”.
[“Tweet” de 13.12.23 reproduzido na íntegra na 1.ª parte deste post]

CEO da Global Media acusa Marcelo de “imiscuir-se” na entrada de investidor. Salários deste mês estão em atraso

Carla Borges Ferreira
“ECO”,

“O interesse excessivo do Presidente da República em todo este processo é, no mínimo, estranho — e eu estou à vontade para dizê-lo, até porque já lho disse pessoalmente”. É assim que José Paulo Fafe, CEO do Global Media Group, reage à notícia do Correio da Manhã de que Marcelo Rebelo de Sousa afirma “nada saber” sobre a compra da participação da Global Media na Lusa.

Numa declaração feita a título pessoal, e por escrito, José Paulo Fafe afirma que “um dia havemos todos de perceber qual a razão que levou o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa a imiscuir-se, da forma insólita como o fez, em todo o processo em redor da entrada do fundo no capital do Global Media”.

E prossegue: Haveremos de perceber o que, de facto, o terá levado a ser uma das principais pessoas que, nos últimos meses, mais contribuiu para fomentar a intriga em redor do negócio, criando e veiculando boatos sobre o fundo, exercendo pressões, e tentando condicionar até algumas mudanças a nível editorial, alinhando numa campanha inqualificável contra um investidor que, ao invés do que ocorre no sector, se dispôs a investir fortemente nos media portugueses”.

Marcelo Rebelo de Sousa, que, de acordo com o título da Cofina Media, foi “surpreendido” com a possível compra da participação da Lusa, esteve reunido no início de Novembro com a nova administração do grupo, liderada por José Paulo Fafe. Um encontro documentado com imagens.

O +M questionou ao final da manhã a Presidência da República sobre se tinha ou não conhecimento do negócio, mas até ao momento da publicação do artigo não recebeu resposta.

[Transcrição parcial, incluindo destaques.
Cacografia brasileira corrigida automaticamente.
Acrescentei “links” internos (a verde).]

Despedimento colectivo na Global Media continua a fazer mossa

O Conselho de Redacção do Jornal de Notícias (JN) sublinha, num comunicado divulgado hoje, que a tomada de posição conjunta dos directores daquele título foi recebida com «grande consternação», sendo entendida como um «sinal inequívoco de que esta redacção e quem a lidera não aceitam que se possa denegrir publicamente um jornal, os seus leitores e até uma região e um país».

A constante degradação das condições funcionais, tecnológicas e institucionais de exercício de funções sustentou a decisão tomada esta quinta-feira pela direcção, que se mantém em funções até que seja nomeada outra equipa.

Despedimentos, mesmo depois do «osso»

Esta quarta-feira, a direcção da rádio TSF demitiu-se em reacção ao anunciado plano de «rescisões» pelo Global Media Group. Recorde-se que, no passado mês de Setembro, os trabalhadores da TSF desligaram os microfones durante 24 horas, denunciando então que tinham chegado «ao limite».

Em declarações ao AbrilAbril durante uma concentração junto à sede, em Lisboa, para exigir trabalho digno e melhores salários, o porta-voz dos trabalhadores da estação, Filipe Santa-Bárbara, denunciava então que a redacção estava a trabalhar «no osso».

No final de Novembro, após a Global Media passar a ter como accionista maioritário o fundo de investimento World Opportunity Fund Ltd, sedeado nas Bahamas, foi anunciado o chamado «plano de reestruturação», que prevê despedir entre 150 e 200 trabalhadores.

As medidas anunciadas e em preparação para o JN e as suas revistas e suplementos tornaram, assinala o Conselho de Redacção (CR), «por demais evidente o desalinhamento estratégico», tendo conduzido à demissão de directora Inês Cardoso e dos directores-adjuntos Pedro Ivo Carvalho, Manuel Molinos e Rafael Barbosa, e ainda ao director de Arte, Pedro Pimentel.

O CR enaltece «o esforço e a forma empenhada como a Direcção do JN aguentou o jornal nos tumultuosos tempos» que atravessam juntos, «particularmente difíceis nos últimos meses, tentando fazer o melhor jornal todos os dias, independentemente dos meios e vontades», e agradece o trabalho «em defesa de um jornal que não é de quem o faz, mas de quem o compra – e foram mais de 23 mil em Outubro – e de quem o lê, cerca de 400 mil, todos os dias, entre papel e online, que lideramos em Portugal».

É por eles, leitores, acrescentam, que a redacção do JN vai continuar a trabalhar, fazendo o melhor jornal que conseguir, ainda que sob a ameaça de vir a perder 40 jornalistas, cerca de metade do quadro redactorial actual.

A demissão do director do desportivo O Jogo, Vítor Santos, e do director-adjunto Jorge Maia foi também comunicada hoje ao Conselho de Redacção daquele jornal, que refere que a decisão se sustentou «na degradação das condições tecnológicas, funcionais e de recursos humanos, relevando uma vez mais o esforço e sacrifício de todos os jornalistas» para garantir o bom desempenho de O Jogo em todas as plataformas. Os mesmos profissionais, que, acrescenta, «têm sido duramente afectados nos últimos tempos por uma série de decisões e comunicações, com impacto profundo nas respectivas famílias».

Em reacção ao anunciado plano do Global Media Group, que prevê um despedimento colectivo que pode atingir 150 a 200 trabalhadores, e ao programa em curso de «rescisões por mútuo acordo» para trabalhadores até aos 61 anos, Frederico Bártolo, jornalista do jornal O Jogo e delegado sindical do Sindicato dos Jornalistas, admitiu recentemente numa entrevista ao AbrilAbril a existência de «problemas graves» que se ligam à crescente precarização. Publicações como «O Jogo, Diário de Notícias, TSF e Jornal de Notícias e as restantes, debatem-se todos os dias com uma lógica de falta de pessoas suficientes para conseguirem entregar o projecto que têm em mãos que é um produto diário», denunciou.

[Transcrição integral, incluindo “links” (a azul). Destaques meus.]

World Opportunity Fund Ltd Adquire Controlo da Global Media – EWP

“EWP- Business Consulting”. 07.11.23

Numa evolução significativa na indústria dos media, o World Opportunity Fund Ltd, um fundo de investimento sediado nas Bahamas, emergiu como o accionista controlador do grupo Global Media, que detém proeminentes meios de comunicação como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF. Esta transformação na propriedade segue uma série de transacções estratégicas que têm reconfigurado o cenário das participações nos media.

No início deste mês, o World Opportunity Fund Ltd adquiriu uma participação substancial na empresa Páginas Civilizadas ao empresário Marco Galinha, assegurando uma maioria de 51% na Páginas Civilizadas, que, por sua vez, controla a Global Media. O fundo, registado num paraíso fiscal e gerido pelo Union Capital Group (UCAP Group), com sede na Suíça, tinha inicialmente adquirido uma participação de 38% na Páginas Civilizadas em Julho.

Essas aquisições culminaram no fundo detendo agora 50,25% da Global Media e uma notável participação de 22,35% na agência de notícias Lusa, tornando-se um interveniente dominante no sector dos media.

A mudança de controlo resultou no grupo BEL, de propriedade de Marco Galinha, perdendo o estatuto de accionista maioritário do conglomerado de media. Esta mudança foi comunicada formalmente à Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC), em resposta ao seu inquérito sobre modificações na estrutura accionista da Global Media.

O comunicado da ERC delineia os detalhes das transacções e a progressão do fundo desde a sua participação inicial de 38% até à actual propriedade maioritária. O regulador está actualmente a rever a informação fornecida pelo fundo e aguarda mais dados na Plataforma de Transparência dos Media.

Estes desenvolvimentos trouxeram alterações significativas na propriedade e gestão da Global Media, gerando discussões e debates, nomeadamente em relação aos seus meios de comunicação, incluindo TSF e Diário de Notícias. À medida que o World Opportunity Fund Ltd assume o controlo, o panorama dos media na região sofre uma transformação notável, preparando o terreno para futuros desenvolvimentos na indústria.

[Transcrição integral. Destaques meus.]

VER 1.ª parte deste “post”

Imprensa brasilesa [1]

“Não tenho prazer em que se perca até 200 trabalhadores na Global Media, mas se não fizermos isso este grupo morre”

Carla Borges Ferreira, Hugo Amaral, 13 Dezembro 2023
eco.sapo.pt

Até ao final de Janeiro a Global Media terá menos 150 a 200 trabalhadores. Terá também um novo título, o É Brasil. José Paulo Fafe, CEO do grupo, explica ao +M/ECO os planos para o grupo.

A saída de 150 a 200 pessoas do Global Media Group é, para José Paulo Fafe, CEO do grupo, uma inevitabilidade. “Não tenho qualquer prazer em criar condições para que este grupo perca 150 a 200 trabalhadores, não queria fazer isso. Mas sei que é essencial, se não fizermos isso este grupo morre”, garante em entrevista ao +M. Durante este mês, os trabalhadores podem dar início, por sua iniciativa, ao processo de rescisão. A partir dessa altura, contas feitas, o passo seguinte pode ser o despedimento colectivo. “Findo este processo vamos fazer uma análise e vamos ver se temos que optar pelo despedimento colectivo ou não”, diz, reconhecendo que o termo “rescisão amigável”, no caso, é pouco mais do que força de expressão.

Entretanto, já para o primeiro trimestre de 2024 será lançado um novo título, o É Brasil. Dirigido pelo jornalista brasileiro Paulo Markun, conta com uma redacção de sete jornalistas, aos quais se junta uma rede de correspondentes. O objectivo é chegar à comunidade de brasileiros que moram em Portugal e também em outras geografias.

Como imagina o Global Media Group (GMG) daqui a um ano?

Imagino um grupo na senda a que nos propusemos a partir do momento em que viemos para cá, a crescer no mercado da língua portuguesa. Um grupo em termos de recursos e meios mais racionalizado. Obviamente mais activo e fundamentalmente mais rentável. Mas o nosso objectivo claro é crescer no mercado da língua portuguesa. Esse é o nosso projecto.

O que é crescer no mercado de língua portuguesa?

Brasil, Angola, comunidades portuguesas no exterior. Temos um veículo extraordinário para isso, o Açoriano Oriental, nomeadamente para os Estados Unidos e Canadá. No Brasil, nas comunidades brasileiras também. E em África, nomeadamente em Angola. E isso faz-se através de títulos e meios que temos. E quando muito do É Brasil, que vamos lançar.

Um título de raiz?

Um título de raiz, para começar cá, dirigido à comunidade brasileira no exterior. Tanto em Portugal, como no Reino Unido ou Alemanha.

É também em papel ou só digital?

Vai ser em digital. Mas não descuramos que ao princípio tenha uma versão em papel, aqui em Portugal. De maneira a ajudar a consolidar a marca, nos primeiros tempos. Não está decidido, mas não descuramos essa hipótese.

O lançamento vai ser quando?

No primeiro trimestre.

Já tem equipa?

Já. O director é Paulo Markun, conceituadíssimo jornalista brasileiro. A equipa é uma mistura de experiência com juventude, totalmente brasileira. Neste momento são sete pessoas, baseadas cá, com uma redacção em São Paulo e delegados em Brasília e Rio. E uma rede de correspondentes pela Europa e mundo fora, também de brasileiros. É uma redacção 100% brasileira.

Quantas pessoas, no total?

No total são sete pessoas, mais colaboradores. Temos correspondentes na Alemanha, no Reino Unido, na Rússia também. Há muitos jornalistas brasileiro que saíram do Brasil para fazer mestrados, doutoramentos e especializações. Então, muito graças ao Paulo Markun, que é um jornalista com muito conhecimento do meio, conseguimos criar uma rede de correspondentes do É Brasil e que vão ser também, de alguma maneira, correspondentes dos outros meios do grupo, um pouco por todo o mundo. O Paulo Markun trabalhou na Globo, na Veja, foi presidente da TV Cultura, conhece muita gente.

O título dirige-se aos brasileiros que estão em Portugal…

E que estão espalhados pelo mundo.

Como é que chegaram à ideia de lançar este título?

Foi a pouco e pouco. Tudo começou ao contrário, começou com a ideia de fazer o DN Brasil, que é um pouco ocupar aquele espaço que o El País deixou numa certa faixa do mercado brasileiro. Não é um projecto que tenhamos posto numa gaveta mas, a pouco e pouco, fomos percebendo que era capaz de ser mais urgente fazer um projecto para os milhões de brasileiros que estão fora.

Em Portugal, apesar de no consulado estarem registados 300 mil, há mais de 1 milhão de brasileiros e muitos luso-brasileiros. Para dar um exemplo, há cerca de 40 mil pessoas que estão em Portugal como cidadãos italianos que são brasileiros. Há também uma comunidade fortíssima no Reino Unido, forte na Alemanha, é imensa a comunidade brasileira fora do país.

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